FAO estimula políticas públicas contra a fome

Brasília, 16/04/2008 – Delegados de 33 países da América Latina e do Caribe debateram ontem, sob os auspícios da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o esboço de uma estratégia regional para minimizar os efeitos da carência dos alimentos, que afeta principalmente a população com menos recursos econômicos. Em um informe técnico aprovado nesta terça-feira os delegados destacaram "a importância de uma ação público-privada, no contexto de políticas públicas para alcançar um desenvolvimento rural inclusivo e sustentável, a fim de superar o grave contraste da persistência da fome em uma região altamente produtora de alimentos". 


O documento reconhece "que a combinação de crescimento econômico com uma distribuição mais igual de renda é condição necessária para vencer a fome" e assinala que os incentivos à agricultura familiar não são suficientes para superar a pobreza rural, ao defender maior investimento em infra-estrutura e serviços agrícolas. O diretor regional da FAO, o brasileiro José Francisco Graziano, defendeu na XXX Conferência Regional para a América Latina e o Caribe a adoção de políticas públicas diferenciadas para regiões e grupos sociais diante do risco da fome.

"Carece de sentido comprar um terno pronto, é preciso mandar fazer um sob medida. Cada grupo social tem suas particularidades e especificidades", disse Graziano ao assinalar que essas políticas começam a dar frutos animadores em alguns países, como Bolívia e Peru, além de Brasil e Chile. "Temos que nos aproximarmos dessas populações e para isso temos que desenhar políticas sob medida" acrescentou Graziano, que também propôs a adoção de mecanismos de regulamentação para manter a estabilidade dos preços.

Os especialistas atribuem a inflação internacional dos alimentos a uma crescente demanda de nações muito povoadas, como China e Índia, à decisão dos Estados Unidos de aumentar a produção de etanol derivado do milho e, ainda, a fatores climáticos responsáveis por uma queda na produção de alguns países, à carestia petrolífera e à influência da especulação financeira. Diante do risco de insegurança alimentar, alguns países da região decidiram adotar diferentes tipos de controle de preços, como Argentina, Bolívia e Venezuela, enquanto outros, com o Brasil, preferem manter políticas sociais de distribuição gratuita de alimentos à população de baixa renda.

O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, estimulou os países-membros a adotarem novas estratégias, seja inovando em matéria de política agrícola e segurança alimentar ou aumentando o investimento no campo. "Para aproveitar as oportunidades necessitamos de políticas consistentes e sustentáveis e de investimentos em capital humano, infra-estrutura rural e outros bens públicos", disse Diouf. A FAO destacou a importância da cooperação regional para uma educação alimentar que ajude a aumentar a proporção de proteínas e alimentos frescos na dieta das populações sem recursos, em uma ação promovida por governos com participação do setor privado, de organizações da sociedade civil e organismos internacionais.

Os delegados manifestaram a necessidade de os documentos da FAO indicarem clara e inequivocamente as enfermidades transfronteiriças que não estão presentes na região, diante da aplicação injustificada de restrições sanitárias que têm conseqüências no comércio internacional de alimentos. As recomendações de nível técnico que abordam a questão dos combustíveis agrícolas e seu impacto na produção de alimentos começarão a ser analisados hoje pelos ministros dos 33 países, após a abertura do segmento de alto nível da conferência, que terá a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (IPS/Envolverde)

(Envolverde/IPS)

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