Os doadores trabalham em um contexto em que, muitas vezes, é impossível medir o sucesso em termos numéricos e em que avaliar o impacto pode ser um problema. Assumir riscos é parte intrínseca da concessão de financiamentos. Mas, se os resultados de uma decisão são incertos, como avaliar o risco envolvido? Será que uma melhor mensuração dos resultados pode reduzir os riscos, ou uma obsessão com métricas torna os financiadores cautelosos demais e avessos a riscos?
A Alliance perguntou a vários financiadores quanto
risco eles estavam dispostos a assumir, como avaliavam os riscos e que métodos
adotavam para minimizá-los? O que está em jogo – e para quem?
Talvez a
primeira coisa a dizer seja que não é apenas dinheiro que as fundações podem
perder. O custo pode, muitas vezes, ser um prejuízo à reputação da fundação, a
perda de uma oportunidade ou, em casos extremos, danos à propriedades ou à
integridade física de seus beneficiários ou de seus próprios agentes. Para Ila
Hukku, da CRY Índia, "a questão de risco gira em torno da compreensão de quem
são os interesses que a fundação representa e de quanto poder esses interesses
têm sobre as suas decisões".
Não são os próprios financiadores quem mais
provavelmente sofrerão as conseqüências adversas do fracasso dos financiamentos,
explica Hukku. O maior risco, acredita ela, é dos beneficiários finais – a quem
ela chama de grupos de referência ou comunidades: "Se os grupos de
referência/comunidades estarão melhor ou pior do que antes do financiamento é o
risco assumido cada vez que permitem que intervenções financiadas e/ou dirigidas
externamente sejam feitas em suas vidas. O impacto do financiamento deve ser
avaliado com base nisso, tendo como centro o feedback das próprias
comunidades/grupos."
Como Paul Shoemaker, da Social Venture Partners
Seattle, ressalta, não é fácil avaliar riscos: "Todo mundo sabe o que é sucesso
ou fracasso no setor de negócios... o serviço ou produto dá ou não dá dinheiro.
No mundo sem fins lucrativos, não temos tanta certeza do que é fracasso, porque
não temos um método claro de medir o sucesso. Se não temos certeza de como medir
o sucesso, é difícil avaliar os riscos."
Ele levanta uma outra questão
que vale a pena mencionar. "O objetivo final são resultados melhores para os
clientes a quem nossas organizações atendem. Precisamos ter cuidado para não nos
tornarmos enamorados do risco pelo risco. Alguns programas de baixo risco nos
ajudam a alcançar nosso objetivo de melhorar vidas. Os clientes atendidos não
ligam se o programa é inovador, revolucionário ou de "alto risco". Eles só
desejam uma vida melhor."
Tade Aina, representante da Fundação Ford na
África Oriental, produz uma tipologia completa de riscos: "riscos políticos,
riscos programáticos, riscos físicos e riscos que não são ameaças apenas para a
fundação, mas também para os seus beneficiários e constituintes". Mas ele
acredita que "a variedade de riscos e a disposição de assumi-los cria a
distinção especial entre as fundações que buscam a justiça social, cujos riscos
assumidos podem ter conseqüências reais e duradouras para a fundação, seus
beneficiários e seus constituintes, e aquelas cujos riscos assumidos são
definidos pelo grau de inovação programática ou empreendedorismo."
Os
últimos, acredita ele, "não são terrivelmente altos porque estão rompendo
fronteiras, experimentando estratégias, metodologias ou abordagens criativas ou
que nunca foram usadas antes. Elas podem ou não funcionar. Existe sempre uma
margem de erro, e o dano, normalmente, é mais para egos individuais e/ou
institucionais e resultados nas avaliações".
Ila Hukku acrescenta que "a
exposição de comunidades a riscos (e, por associação, a exposição da fundação
financiadora) é maior quando envolve questões políticas (com "político" me
refiro à relação com equações de poder prevalentes na sociedade, quem tem e quem
não tem poder, e como desafiar este status quo em favor dos que não têm
poder)".
Parte do negócio
As pessoas com quem conversamos, todas
vêem o risco como parte integrante do financiamento. "Esses riscos são parte do
negócio", diz Tade Aina. "Eles são necessários se quisermos encontrar soluções
para os grandes problemas." Emilio Rui Vilar, da Fundação Calouste Gulbenkian,
concorda: "Por natureza, as fundações precisam correr riscos, especialmente em
comparação com as instituições governamentais e os agentes do mercado. Isso
significa que as fundações têm de aceitar a possibilidade de fracasso como parte
do seu processo de intervenção de longo prazo."
Além disso, em alguns
casos, correr risco não é apenas inevitável, mas também desejável, pois oferece
oportunidades. Conny Hoitink, da Oxfam Novib, diz que a missão da sua
organização é "apoiar as pessoas em sua luta por justiça e por uma vida sem
pobreza". Ela trabalha em um ambiente sujeito a constantes mudanças. "No que
planejamos fazer, não podemos simplesmente depender do que deu certo no passado,
porque pode não dar certo no futuro, pois a situação terá mudado e continuará a
mudar."
Essa incerteza, diz ela, "nos dá oportunidades de causar mudanças
sociais e, ao mesmo tempo, temos de encarar o perigo de ter resultados negativos
ou mesmo fracassos. É assim que encaramos os riscos e isso implica procurarmos
deliberadamente correr riscos."
"Na Social Venture Partners Seattle", diz
Paul Shoemaker, "os comitês de financiamento dentro da organização
constantemente perguntam quanto "risco" é tolerável na concessão de
financiamentos. Eles perguntam se é melhor financiar organizações que ainda
estão engatinhando, mas que oferecem maneiras inovadoras de atingir os clientes,
ou organizações que são bem administradas e bem financiadas, mesmo que seja
menos claro que estejam promovendo grandes mudanças nas vidas que elas
tocam."
Ele complementa: "O conselho analisa o portfólio de investimentos
e pergunta se temos o mix certo...e quais são os investimentos arriscados e os
que são seguros."
Como os riscos são avaliados e reduzidos?
"Nossa
estratégia", diz Daniel Dickens, da HelpArgentina, "é ter a mente aberta e uma
atitude cética, sermos empíricos na tomada de decisão e não termos medo de atuar
na prática. Visamos estar preparados para as conseqüências de eventos negativos
imprevistos e, ao mesmo tempo, nos colocar na posição de aproveitar eventos
positivos imprevistos."
Ele explica que as organizações-membro da
HelpArgentina "todas passam por um rigoroso processo de seleção, similar às
averiguações feitas no setor privado, ou seja, análise dos registros
financeiros, declarações de impostos, solidez das estruturas institucionais
(conselho, funcionários e voluntários), visitas às instalações, além de
testemunhos e entrevistas com investidores anteriores, membros e
beneficiários."
"A avaliação deliberada de riscos nos permite
gerenciá-los da forma mais eficaz possível", diz Conny Hoitink. "Por exemplo, um
risco que assumimos é a probabilidade de irromperem conflitos armados nas
regiões em que operamos, tendo como possíveis conseqüências a perda de vidas e
propriedades de nossos beneficiários, e a impossibilidade de alcançarmos os
resultados esperados. Outro risco é a possibilidade de má administração
financeira por parte dos financiados que operam em locais onde não há sistemas
bancários e onde o acesso a auditores independentes é limitado. Isso pode
resultar em danos à nossa reputação como doadores."
Quanto aos riscos
financeiros, Hoitink explica que a Oxfam Novib tem um sistema "segundo o qual
classificamos a exposição a risco financeiro, seguido de um sistema de medidas
de redução de risco, como monitoramento cuidadoso através de relatórios mais
freqüentes, auditorias extras e/ou envolvimento da gerência, da Qualidade e
Controle e do Departamento de Comunicação".
Outro meio que a Oxfam Novib
usa para avaliar riscos e reduzi-los tanto quanto possível são seus Planos de
Gerenciamento Estratégico de Portfólio (SPMs) para os países e regiões em que
opera. "Os SPMs apresentam uma análise das oportunidades de contribuirmos para
mudanças sociais e os riscos que, se tornarem-se problemas, podem solapar o
sucesso da estratégia."
Com relação às oportunidades potenciais, cada SPM
pergunta: "Qual é o evento futuro incerto: qual é a estratégia de mudança da
Oxfam Novib? Quais são as conseqüências positivas se a estratégia tiver sucesso:
os resultados esperados? Qual é a probabilidade da estratégia ter sucesso? Temos
capacidade demonstrada internamente? Que atores externos apóiam a estratégia?
Quais são os fatores externos favoráveis?"
Um conjunto equivalente de
perguntas é feito em relação aos riscos potenciais: "Qual é o perigo que poderia
minar a implementação bem-sucedida da nossa estratégia? Quais seriam as
conseqüências negativas se esse perigo se concretizasse? Qual é a probabilidade
desse perigo se tornar um problema?"
Para financiamentos individuais, diz
ela, a pergunta real não é se existe um risco, mas "a resposta à pergunta: a
oportunidade vale os riscos principais?
O nível de risco aceitável, ou o
que às vezes chamamos de nosso apetite por risco, é determinado caso a caso e
depende principalmente de julgamento. Logicamente, em ambientes voláteis, um
alto nível de risco relativo (à oportunidade) será aceito, mas será acompanhado
de medidas mais rigorosas de redução de risco... mas, em alguns casos, isso não
pode ir além de um monitoramento mais de perto e de estarmos preparados para as
conseqüências."
Ila Hukku acredita que "no caso das fundações que
trabalham com uma agenda de justiça em particular, a minimização de riscos está
em garantir que a voz das comunidades de referência estejam bem representadas e
que sejam levadas em conta nas decisões."
"A longo prazo", diz Emilio Rui
Vilar, "uma visão clara a sólida baseada em ações criativas e sustentáveis será
sempre a resposta apropriada ao gerenciamento de riscos e à obtenção de impacto.
Temos de encarar as circunstâncias com realismo, mas devemos evitar a mera
metrificação da filantropia."
Prevendo orçamento para os riscos
Os
financiadores com quem conversamos têm um fundo específico para os seus
empreendimentos de alto risco? Em alguns casos, sim. "Na Fundação Gulbenkian",
diz Emilio Rui Vilar,"nós alocamos uma parte generosa de nosso orçamento anual
para projetos inovadores, e tanto nossos funcionários quanto outras entidades
podem apresentar propostas para este fundo. Nós conduzimos vários projetos que
podem ser considerados "arriscados" do ponto de vista da Fundação, especialmente
por causa dos resultados incertos."
Ele dá como exemplo um projeto-piloto
de três anos de investimento em bancos moleculares e genéticos da imunobiologia
de malária no rato e no homem. "Este projeto se provou um sucesso, com
instituições externas cobrindo o nosso financiamento para dar continuidade à
pesquisa."
"Sabendo que algumas oportunidades surgem", diz Conny Hoitink,
"onde temos pouca ou nenhuma experiência", a Oxfam Novib reservou "três
orçamentos especiais, equivalentes a 6 por cento de nosso orçamento total de
financiamento": um fundo de inovação para iniciativas que "desafiam as crenças e
práticas tradicionais nos campos combinados de justiça, gênero, saúde sexual e
educação de jovens"; um fundo de diversidade para incrementar os investimentos
na China e no mundo árabe, e um terceiro "para a criação de conhecimento sob a
forma de "práticas boas e inovadoras" que serão compartilhadas com todos os
nossos financiados."
Tade Aina afirma que a programação em algumas áreas
de trabalho pode ser inerentemente arriscada, "por exemplo, a liberdade de
expressão em regimes autoritários ou direitos sexuais e reprodutivos em
contextos religiosos fundamentalistas ou conservadores". Nesses casos, a decisão
de financiar nessas áreas é, de fato, uma decisão de alocar fundos a
empreendimentos de mais alto risco.
Filantropos de risco
Seria de
se supor que os "filantropos de risco" demonstrassem maior apetite pelo risco do
que os assim-chamados "doadores tradicionais". Entretanto, as opiniões de nossos
entrevistados se dividem quanto a isso. Tade Aina acredita que não é esse o
caso, uma vez que eles "quase nunca atacam as questões fundamentais de justiça
social". Emilio Rui Vilar concorda que, à primeira vista, eles deveriam, mas
que, se por filantropia de risco nos referimos apenas a intervenções de curto
prazo e comensuráveis, ele argumentaria que os filantropos de risco têm menos
capacidade de assumir riscos. "Os filantropos de risco sempre preferem ações de
curto prazo a intervenções de longo prazo, que envolvem mais recursos e são
claramente mais "arriscadas"."
Mas a HelpArgentina tem ponto de vista
oposto – 20% de seu investimento social é feito através do que Daniel Dickens
descreve como filantropia de risco: "Os filantropos de risco realmente provaram
ser mais dispostos a assumir riscos maiores em seus investimentos
sociais."
A filantropia de risco pode ser também a medida corretiva vital
contra o que Daniel chama de "mentalidade de clube da assistência internacional"
e as idiossincrasias dos esquemas tradicionais de financiamento. Esse tipo de
filantropia tende a identificar organizações que não têm acesso ao investimento
social tradicional por causa de barreiras à sua entrada, como localização
extremamente rural ou acesso limitado à Internet ou, às vezes, simplesmente
porque não existem há tempo suficiente."
Para Ila Hukku, tal debate está
mal colocado. "A questão do risco deve ser vista não apenas com base na
tipologia de fundações: privadas, comunitárias ou de filantropia de risco, mas
com base nos interesses representados pelas fundações e, entre esses interesses,
quais têm maior peso nos processos decisórios."
Sendo fiel à missão
Todos os financiamentos, então, envolvem algum elemento de risco,
e a inovação é necessária se você deseja produzir mudanças. Que outras
considerações poderiam induzir os financiadores a assumir riscos? "No final",
diz Paul Shoemaker, "acreditamos que realmente a questão se resume à idéia de
que risco e tolerância a risco estão intimamente ligadas à nossa
missão."
Tade Aina concorda, falando de "observância da sua missão,
valores e princípios fundamentais; estando presentes onde os demais estão
ausentes". Ele dá exemplo de uma sociedade em que o aborto ilegal é a causa de
um número significativo de mortes de adolescentes, mas na qual a discussão sobre
como lidar com a questão não é aceitável. "Se você tem um programa de saúde
reprodutiva nessa sociedade, precisa assumir o risco de começar os debates sobre
o assunto."
Outra consideração é a urgência, diz Conny Hoitink. "As
mudanças ocorrem cada vez mais rapidamente e são influenciadas por inúmeros
atores e fatores, e nós simplesmente não conseguimos conhecer todos eles no
tempo limitado que temos para fazer nossa análise. Precisamos aceitar que temos
de tomar decisões baseadas em informações incompletas, às vezes até mesmo
contraditórias, e que as nossas decisões finais são julgamentos bem pensados.
Precisamos decidir se vamos ou não aproveitar uma oportunidade quando ela se
apresenta e não podemos nos dar ao luxo de esperar demais."
Mensuração e inovação
Existe uma idéia persistente de que a preocupação com a
mensuração é prejudicial à capacidade de uma fundação fazer inovações a assumir
riscos. No entanto, nenhuma das pessoas com quem conversamos tem esta visão. Ila
Hukku acredita que a "mensuração do desempenho/impacto por si só não limita a
capacidade de inovar nem de assumir riscos. É ficar correndo atrás de metas que
faz isso."
Daniel Dickens sente que "em vez de limitar a capacidade de
inovar e de assumir riscos, a mensuração do desempenho deve dar tanto aos
investidores sociais quanto aos trabalhadores sociais mais possibilidade de
modificar a sua estratégia quando necessário." Paul Shoemaker explicita ainda
mais a relação positiva entre mensuração e risco. "Não podemos avaliar os
riscos", sugere ele, "até podermos compreender os resultados."
Mas Conny
Hoitink admite que possa existir uma tensão entre a mensuração e a disposição de
assumir riscos. A Oxfam Novib tem de prestar contas a seus membros e doadores.
Conseqüentemente, "existe uma necessidade de demonstrar resultados, e explicar
os fracassos às vezes pode ser difícil. Por isso existe uma tensão entre a
necessidade fundamental de assumir riscos e a pressão para demonstrar
resultados." Por causa disso, "a aversão a riscos, como o adiamento das
decisões, às vezes acontece", reconhece ele.
Em última análise, Emilio
Rui Vilar acredita que o rebuliço sobre "medir impacto" e a "nova" e a "velha"
filantropia pode levar a enganos. "Na filantropia, nunca conseguiremos eliminar
a possibilidade de fracasso. Talvez mais importante do que assumir riscos seja o
processo de absorver os riscos e aprender com os fracassos da fundação. Se
aprendemos algo, o fracasso não é total."
O que eles medem e por quê?
O que os financiadores com que conversamos medem e por que o fazem?
Tade Aina oferece uma lista completa de itens a serem medidos: "Se estamos
fazendo progresso para alcançar as metas que nós mesmos definimos em um
financiamento. As metas podem ser táticas ou estratégicas, de curto, médio ou
longo prazo. Existe também a questão do resultado cumulativo, maximização, ou a
simples abertura de espaços mínimos que outros ou nós mesmos possamos aproveitar
como ponto de partida. Ou poderíamos estar testando questões ou tentando ver se
um contexto está preparado para o trabalho."
"As fundações devem enfocar
o aprendizado, não apenas com o sucesso, mas também com o fracasso", acredita
Emilio Rui Vilar. Na Gulbenkian, ele diz, "nós basicamente medimos para
aprender, mas também para seguir adiante. Tudo faz parte do processo de absorver
os riscos que precisamos dominar."
Para Ila Hukku, a mensuração é
importante "na medida que permite avaliar a distância percorrida, os marcos
ultrapassados, os desafios ao longo do caminho e o que aprendemos com tudo isso,
pois isso ajuda a preparar a todos – a fundação, as ONGs parceiras e as
comunidades – para o que está por vir mais adiante na luta por mudanças e
justiça sociais".
"Nunca eliminaremos a possibilidade de fracasso"
O comentário de Emilio Rui Vilar, acima, nos lembra que não
importa o quanto os financiadores tentem garantir que as chances estejam a seu
favor, existe sempre a possibilidade de perder a aposta. Tade Aina relembra uma
conversa que ele teve com Susan Berresford, Presidente de Fundação Ford, quando
ele entrou na fundação, na qual ela disse a ele que "devemos sempre fazer
provisões para o fracasso quando nos aventuramos em zonas novas e não
mapeadas".
Finalmente, quaisquer que sejam as medidas de precaução que
tomemos, às vezes um investimento continua sendo um salto no escuro. Como diz
Conny Hoitink, "aceitamos que, às vezes, há pouco que podemos fazer para reduzir
os riscos e simplesmente temos de decidir se a oportunidade vale o risco ou
não."
* Andrew Milner é Editor Associado da revista
Alliance.
(Envolverde/Rede Gife)