O PCB (Partido Comunista Brasileiro) expressa sua preocupação com os evidentes esforços do governo Bush de instigar um clima de animosidade entre os povos venezuelano e colombiano, dentro da geopolítica imperialista, que consiste em fomentar focos de tensão e guerras locais, sobretudo em regiões com abundantes recursos naturais. Essas guerras, artificialmente inventadas, também servem para a economia norte-americana sobreviver às crises cíclicas do capitalismo, como a que está em curso nos dias de hoje, pois propiciam extraordinários lucros à indústria bélica e à construção civil e outros segmentos, quando da reconstrução dos países arrasados pela sanha destruidora do capital.
No caso em questão, os objetivos táticos e estratégicos fazem o
império apontar suas armas contra a Venezuela, para tentar frear seu
atual processo revolucionário (que repercute em toda a América Latina)
e saquear suas extraordinárias reservas naturais.
Com
esse objetivo, manipulam a opinião pública internacional, fazendo
passar como "terroristas" e "narco-traficantes" tradicionais
organizações insurgentes, que lutam há décadas pelo socialismo. Aliás,
a Anistia Internacional acaba de rechaçar essas acusações e considerar
as FARC e o ELN como entes políticos beligerantes.
Mas
ao imperialismo não interessa conceder a essas organizações este
caráter beligerante. Não lhe interessa também a troca humanitária de
reféns por prisioneiros nem a criação de um território neutro, para que
possa iniciar-se o diálogo entre o governo colombiano e os insurgentes.
A paz na Colômbia prejudica os planos agressivos norte-americanos
contra a Venezuela, a partir da fronteira entre os dois países.
Ao
invés de estimular uma solução pacífica, os Estados Unidos passam
injustamente a acusar a Venezuela de favorecer o narcotráfico, surrado
pretexto que já foi utilizado nos casos do Panamá e do Afeganistão. A
agressividade contra a Venezuela encontra ambiente fértil no governo
Uribe, capacho do imperialismo estadunidense.
Desta
forma, o PCB solidariza-se com os esforços do presidente venezuelano,
Hugo Chávez, no sentido de estimular o diálogo entre o governo
colombiano e as forças guerrilheiras e com sua proposta de considerar
as organizações insurgentes como forças políticas beligerantes,
primeiro passo para uma paz possível e necessária.
Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2008
Comitê Central do PCB