Uma massiva greve nacional de caminhoneiros tomou toda a China no dia 8 de junho. Os motoristas bloquearam estradas principais erguendo faixas contra a precarização do trabalho, o baixo preço do frete, o alto preço dos combustíveis, contra o monopólio no setor e multas arbitrárias. O movimento começou no condado de Xiushui, na província de Jiangxi, e tomou rapidamente proporções nacionais.
Caminhoneiros chineses em greve, 2018
O preço do frete não aumenta desde 2000, criando um excepcional ambiente de superexploração dos trabalhadores, provendo superlucros para o setor das transportadoras e para a grande burguesia industrial e rural de modo geral. A condição de trabalho é precaríssima: motoristas chegam a dirigir por 12 horas diariamente, com apenas dois dias de folga por mês. Isso eleva o número de acidentes e, por outro lado, de multas, que tornam a sobrevivência econômica ainda mais difícil.
O monopólio do transporte, para piorar, massacra os caminhoneiros. Uma das causas da greve foi o monopólio surgido da fusão de duas grandes transportadoras, resultando na criação da Manbang Corporation. “Os preços impostos estão cada vez mais baixos, e por isso nós literalmente não podemos mais trabalhar”, disse um caminhoneiro grevista chamado Li, citado pelo blog Redspark.
O proletariado chinês, em rebeliões pulverizadas e espontâneas, dá mostras de insatisfações crescentes desde a restauração capitalista de 1976, após a morte do Presidente Mao Tsetung e o golpe revisionista dirigido por Teng Siao-ping que pôs fim ao socialismo e à ditadura do proletariado – substituindo-os por um regime fascista com economia social-imperialista.
Fonte: AND