“Bem-vinda, Alemanha! Bem-vinda França! Bem-vindo, Reino Unido!” Ao saudar com essa euforia a adesão das três maiores potências econômicas da Europa ao Banco Asiático de Infraestrutura e Investimento (BAII), que entra em operação sob a liderança de Pequim irritou os Estados Unidos. A saudação está em artigo veiculado pela Xinhua, agência oficial de notícias da China.
Não importa a irritação americana, e nem Washington torná-la pública. O fato é que a adesão das três maiores economias europeias ao novo banco apesar da forte resistência dos EUA é, assim, uma das maiores vitórias da super agressiva “diplomacia econômica” da China, que tem agora no Banco Asiático de Infraestrutura e Investimento (BAII) um de seus carros-chefe.
Lançado em outubro pela China com outros 20 países, o novo banco é mais uma iniciativa de Pequim para contrabalançar o poder dos EUA em instituições multilaterais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Países mais próximos da China, como Coreia do Sul e Austrália, estiveram ausentes no lançamento por pressão dos EUA, mas já indicaram que também irão aderir.
A China e muitos outros países – Brasil, inclusive – estão cansados de esperar a reforma do FMI e de outras instituições econômicas multilaterais (Banco Mundial e ONU) que defendem há anos. Em declarações ao “Financial Times”, um membro do governo Obama criticou a “constante acomodação” do governo britânico – seu maior aliado na Europa – com a China e revelou que a decisão de Londres foi tomada sem que Washington fosse consultado.
Com a decisão de França, Alemanha, Itália (antes dos outros três) e Reino Unido, o banco liderado pela China conta com metade do G7, o clube dos países ricos que inclui Japão, EUA e Canadá.