Muito pelo contrário, era um Levante Popular que colocava em questão um sistema econômico assentado na exploração e na opressão de grandes massas da população, em favor dos lucros dos magnatas. O Levante colocava em questão um sistema político devotado a manter as relações de exploração e a arrancar das pessoas a capacidade de decisão sobre os rumos de suas próprias vidas. O Levante colocava em questão um sistema cultural que tenta reduzir as formas de expressão, de comunicação e de percepção, bem como todos os produtos culturais, à condição de mercadorias toscas, enlatadas, e descartáveis, esmagando tudo o que não consegue se apropriar.
Os zapatistas declararam autônomos seus territórios, e apesar de todos os ataques que sofrem cotidianamente, por parte do exército, da polícia e das milícias mexicanas, bem como da grande mídia e dos grandes grupos econômicos, as comunidades autônomas buscam constriur cotidianamente suas próprias formas de governo, de educação, de saúde, de transporte, de produção, de relação com a memória e com a história, de produção cultural e artística, de comunicação, e assim por diante. O desafio é nada menos o de construir novas relações sociais, e consolidar um incessante, profundo e criativo processo revolucionário.
Viva a Luta Zapatista! Todo Poder ao Povo!