RIO DE JANEIRO, 30 de junho - Encerrados os XV Jogos Pan-americanos Rio 2007, uma análise dos resultados revela a evolução esportiva de vários países. Um dos exemplos de ascensão é o Brasil. Os anfitriões subiram ao pódio 161 vezes, sendo 54 no degrau mais alto. Nunca os brasileiros tinham conseguido tantos ouros em um Pan-americano. O Brasil foi o segundo colocado em números de medalhas, atrás apenas dos americanos, que conquistaram 237 (97 de ouro, 88 de prata e 52 de bronze). Mas a segunda posição no quadro geral ficou com Cuba, que levou cinco ouros a mais do que o país-sede. Em São Paulo 1963, o Brasil conseguiu a segunda posição geral nos Jogos, mas naquela edição, os brasileiros ganharam 14 de ouro, 20 de prata e 18 de bronze.
Com o bom desempenho no RIO 2007, o Brasil subiu para o quarto lugar na classificação geral dos Jogos, superando a Argentina. De uma desvantagem de 30 medalhas de ouros em relação à nação vizinha antes da competição, o país-sede dos Jogos passa a ter 13 medalhas douradas a mais e um total de 901, contra 899 dos argentinos.
O nadador brasileiro Thiago Pereira foi o maior vencedor dos Jogos, com oito medalhas (seis de ouro, uma da prata e outra de bronze). Com o ótimo desempenho no Parque Aquático Maria Lenk, Thiago se tornou o recordista brasileiro de vitórias em uma edição dos Jogos, superando o também nadador Fernando Scherer (quatro em Winnipeg 99).
Outro país que deu um importante salto no quadro de medalhas foi o Chile. Se em 2003 os chilenos conquistaram apenas duas medalhas de ouro e terminaram o Pan-americano em décimo terceiro lugar, no RIO 2007 os atletas do Chile venceram seis competições e fecharam os Jogos na décima posição.
A Colômbia também subiu na classificação final. Oitavos colocados em Santo Domingo, com 11 medalhas de ouro, oito de prata e 24 de bronze, os colombianos ultrapassaram argentinos e venezuelanos e terminaram em sexto lugar no Rio de Janeiro, com 14 de ouro, 21 de prata e 13 de bronze. Foi o melhor desempenho da Colômbia nos Jogos.
Também celebram as suas melhores participações em pan-americanos El Salvador, Granada e Antígua e Barbuda. Os salvadorenhos fizeram bonito. Na marcha atlética 20km, Cristina Lopez ganhou o primeiro ouro do país em uma edição dos Jogos. O país conquistou ainda três medalhas de prata e seis de bronze. Até o RIO 2007, El Salvador tinha obtido nove medalhas nos Jogos, sendo três de prata e seis de bronze.
Antígua e Barbuda foi outro país a comemorar seu primeiro ouro pan-americano. Brendan Christian venceu os 200 metros rasos e levou a medalha. O país, que conseguira apenas um bronze nos Jogos, em Mar del Plata 1995, ainda fez festa para outras duas medalhas: os bronzes de James Grayman no salto em altura e do já herói Brendan Christian nos 100 metros rasos.
Já Granada festejou a terceira colocação de Sherry Fletcher nos 200 metros rasos feminino. Foi a primeira medalha do país na história dos Jogos.
Outro número que chama a atenção é o de medalhas de ouro conquistadas pela delegação dos Estados Unidos. Apesar da folgada vitória, com 97 ouros e 237 medalhas, pela primeira vez, desde os Jogos da Cidade do México 1955, os americanos não conseguiram atingir a marca de 100 medalhas de ouro em uma edição de Pan-americano. Naquela ocasião, a delegação dos Estados Unidos subiu 81 vezes ao lugar mais alto do pódio.
Outro país que leva do RIO 2007 menos ouros do que o costume é Cuba. A delegação cubana conseguiu 59 ouros, 13 a menos do que em Santo Domingo 2003 e 11 a menos do que em Winnipeg 1999. Nos últimos 25 anos, somente em 1975, quando a Cidade do México recebeu os Jogos Pan-americanos pela segunda vez, a ilha caribenha conseguiu um número menor de triunfos (56).
Anfitriões dos próximos Jogos (Guadalajara 2011), os mexicanos tiveram, no RIO 2007, um desempenho semelhante ao obtido em Santo Domingo 2003. Há quatro anos, os mexicanos terminaram em quinto lugar no quadro geral de medalhas, com 20 de ouro, 27 de prata e 32 de bronze, num total de 79. No Rio de Janeiro, a colocação final foi a mesma, mas, desta vez, o México conseguiu 18 de ouro, 24 de prata e 31 de bronze, num total de 73 medalhas.
Embora com um número menor de medalhas, a República Dominicana, país-sede dos XIV Jogos, manteve a colocação de 2003: nono lugar. Quando receberam os Jogos, os dominicanos conquistaram 41 medalhas, sendo dez de ouro. Em 2007, o país somou 29 medalhas, sendo seis de ouro. Antes de receber os Jogos em 2003, os dominicanos registravam apenas três ouros pan-americanos em sua história.
Dez países saíram do RIO 2007 sem medalha: Aruba, Belize, Bermudas, Bolívia, Costa Rica, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, São Vicente & Granadinas, Suriname e São Cristóvão & Neves.
Saltos Ornamentais
PRATA DE CÉSAR TEVE “SABOR DE OURO”
Foto: Washington Alves
O medalhista de prata César Castro (trampolim de 3 metros) garantiu que estava satisfeito com seu desempenho nos Jogos Pan-americanos Rio 2007. “Eu vim para o Pan-americano com vontade de ganhar uma medalha, sabendo que o canadense e o americano eram muito fortes. Se fosse no Mundial, em maio, eu teria ficado com o bronze. A prata foi uma surpresa. E, com certeza, tem sabor de ouro”, assegurou.
Segundo César, ganhar do canadense Alexandre Despastier não é fácil, mesmo em casa: “Agora, vou para casa descansar para voltar ao trabalho e melhorar o resultado, pensando na Olimpíada de 2006. Os que competiram aqui são os melhores do mundo. Por isso, acho que é possível ter um bom resultado em Pequim”.
César destacou o fato de ter feito uma boa série de seis saltos: “Consegui manter a nota entre 8 e 8,5, destro da minha expectativa. Para me sair bem na China, tenho que melhorar para 9”. César admitiu que, “por dentro”, estava nervoso, “com a adrenalina a mil”, mas que procurou manter a calma e fazer os movimentos com suavidade.
Foi a segunda medalha da equipe de saltos ornamentais no Rio 2007 (a primeira foi ganha por Juliana Veloso, na plataforma de 10 metros). Em Santo Domingo-03, a equipe brasileira ganhara outrasa duas, uma com Juliana Veloso e outra com Cassius
Futebol
SELEÇÃO FEMININA É DE OURO
Foto: Nelson Perez
A Seleção Brasileira de futebol feminino, com uma atuação perfeita, goleou a equipe dos Estados Unidos, por 5 a 0, quinta-feira (dia 26), em um Maracanã repleto, e conquistou sua segunda medalha de ouro em Jogos Pan-americanos.
A vitória, que começou a ser construída no primeiro tempo, quando Marta (de pênalti) e Cristiane Silva (de cabeça) fizeram 2 a 0, jamais esteve ameaçada. Ao contrário. A equipe brasileira fez mais três gols no segundo tempo (Cristiane, Marta e Elaine Moura) e criou ainda diversas chances.
A Seleção Brasileira contabilizou ainda a artilheira da competição (Marta) e a defesa menos vazada (não levou um gol sequer).
Badminton
DUPLA BRASILEIRA FICA COM O BRONZE NO MASCULINO
Guilherme Kumasaka e Guilherme Pardo terminaram com a medalha de bronze nas duplas masculinas do badminton, ao perderem na semifinal para os americanos Howard Bach e Bob Malaythong por 2 a 0 (21/13 e 21/13, nesta terça-feira (dia 17), no Pavilhão 4B, do Complexo do Riocentro. Como não há disputa do terceiro lugar no esporte, os brasileiros garantiram o bronze mesmo com a derrota.
Foi a primeira medalha do badminton brasileiro em Jogos Pan-americanos.