Porém, no ramo da educação, a entrada feminina é alta em todos os cargos – desde professora até diretora –, principalmente em educação básica (infantil, ensino fundamental e médio). Quando chega no ensino superior, o quadro muda. Ainda há muitas mulheres lecionando, mas nos cargos mais altos da hierarquia educacional, como diretoria e reitoria de instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas, a inserção das mulheres é ainda baixa.
Esse quadro pode ser constatado no 2º Encontro Internacional de Reitores Universia, realizado em Guadalajara (México), entre os dias 31 de maio e 1º de junho. Não foram divulgados dados oficiais, mas quem esteve presente pode notar o pequeno número de mulheres que participaram do encontro. Portanto, esse cenário não é apenas um problema tipicamente brasileiro.
O encontro, que reuniu reitores e presidentes de 1.126 instituições de ensino superior de diversas partes do mundo, teve como objetivo debater como melhorar o ensino e aumentar o grau de internacionalização, da responsabilidade e do compromisso econômico e social das faculdades e universidades. Temas como inclusão e coesão social através da educação superior, atividade docente, infraestrutura, inovação, transferência de conhecimento foram abordados nos dois dias de evento.
O Brasil contou com a representação de mulheres neste último encontro: Laura Laganá, da rede Paula Souza – primeira mulher a ocupar o cargo de reitora nos 40 anos da instituição –; e Maria Célia Pressinatto, reitora do Centro Universitário Barão de Mauá.
Para o próximo encontro, que será realizado em 2015 no Brasil, esperamos que mais mulheres tenham conseguido se inserir neste mercado – o de educação superior. Se são competentes em níveis de ensino básico, tem tudo para também estarem no topo nas faculdades e universidades.
* Luciana Onusic é contadora, mestre e doutora em Administração e diretora executiva da Trevisan Escola de Negócios.