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Aproveitando o calendário esportivo, o Movimento Todos pela Educação lançou pelos meios de comunicação uma interessante provocação. Uma provocação que poderia ser vista como alucinação.
Foi sugerido que imaginássemos um Brasil tão apaixonado pela escola como é pelo futebol. Já pensou se acompanhássemos o desempenho das escolas como se acompanham os campeonatos. E os pais se comportassem como uma torcida vaiando e aplaudindo.
Podemos estar muito longe desse sonho. Mas talvez não seja alucinação.
É o que concluo a partir das manifestações. A mais recente pesquisa Datafolha mostrou que, segundo os paulistanos, a educação deveria ser o segundo foco mais importante dos protestos (o primeiro, saúde).
Pela pesquisa, educação está muito na frente da transporte público de qualidade ou segurança.
Vemos também que nas manifestações a paixão pelo futebol se misturou a cobranças sobre os gastos com as arenas, vistas como desperdícios. E vieram pedidos de mais recursos para saúde e educação.
Isso forçou a presidente Dilma Rousseff a se comprometer mais uma vez a drenar 100% do dinheiro do pré-sal nas escolas.
O próprio fato de que cerca de 80% dos manifestantes que lançaram os protestos têm ensino superior já mostra como investir em educação consegue fazer um país mais transparente.
Vamos virar uma nação civilizada quando for consenso de que o melhor investimento para nos tornar desenvolvidos é a escola pública de qualidade – o resto é resto.
* Gilberto Dimenstein é colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN, e fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz.
** Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.