EVO MORALES E A AMÉRICA DO SUL

No encerramento do Fórum de São Paulo o presidente da Bolívia, Evo Morales, advertiu para os riscos do Pacto do Pacífico, que envolve países como os EUA, o México, a Colômbia, o Peru e o Chile numa aliança cujo propósito pode significar uma futura divisão da América do Sul, real objetivo do Pacto.
Maior líder latino-americano na chefia de um governo de esquerda, Morales encontrou-se com Lula e discutiu a necessidade de reação às políticas colonialistas dos Estados Unidos.
No Fórum de São Paulo afirmou que o Pacto implica na privatização de serviços essenciais, como água por exemplo. No caso específico do Brasil o alvo é o pré-sal e minerais estratégicos como o nióbio e o governo Dilma Roussef vai entregando passo a passo a riqueza nacional, até porque o chanceler brasileiro é “agregado” ao Departamento de Estado norte-americano.
Morales poderia ter citado também o Paraguai que, embora não vá fazer parte do Pacto é outra colônia norte-americana na América do Sul, num projeto politico de médio e longo prazo que isola Brasil, Argentina, Bolivia, Equador e Venezuela e o maior de todos, o Brasil, hoje sem política externa e sob controle da espionagem dos EUA, pronto a ceder a Base de Alcântara aos senhores do mundo.
A idéia que o Brasil oferece riscos futuros à hegemonia norte-americana foi denunciada num estudo feito pelas Nações Unidas na década de 70, século passado e o Nordeste passou o alvo preferido dos EUA. Desde a base militar instalada num acordo entre Getúlio e Roosevelt para enfrentar o Reich, na Segunda Grande Guerra. No governo JK, Fernando de Noronha foi cedida aos norte-americanos.
A Amazônia hoje, no primeiro grande escândalo do governo de FHC, é inteiramente controlada pelos Estados Unidos e já faz parte do Plano Grande Colômbia. O escândalo foi o do SIVAM – SISTEMA DE MONITORAMENTE AÉREO DA AMAZÔNIA -. O papel dos militares brasileiros ali é mais ou menos o dos antigos contínuos nos bancos e repartições públicas. Esvaziar e encher as pastas de entrada e saída, mais ou menos como no Haiti. Lá ainda acrescem a função de guarda de trânsito.
Boa parte de todo esse processo é responsabilidade do governo Lula que tinha estatura para enfrentar e confrontar esse tipo de situação, mas preferiu equilibrar-se em dubiedades, como apoio aos palestinos e tratado de livre comércio com Israel.
Já Dilma Roussef, cria de Lula, está um nível acima dos tucanos. Não consegue acertar um passe no seu governo e está rodeada de políticos do tempo da ditadura. Os avanços são obtidos a fórceps e mesmo assim, pode-se dizer, à revelia da presidente.
As recentes manifestações populares se vierem a significar organização, principalmente do movimento estudantil e dos sindicatos (hoje assistencialistas em sua maioria), aliados ao movimento popular podem desfechar o processo de luta pela Constituinte Popular, única fórmula de se construir um Pais livre e soberano.
Fora disso só o yes nós temos bananas.
A advertência de Morales é séria e grave.
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