4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Filmes de dez países da América do Sul de 5/10 a 10/11

Obras de Walter Salles, Pablo Trapero, Tata Amaral, Raúl Ruiz, Apichatpong Weerasethakul e Jia Zhang Ke 

Exibições gratuitas em 16 capitais

Acessibilidade garantida em sessões com audiodescrição e closed caption


Pablo Trapero, Raúl Ruiz, Tata Amaral, Francisco Lombardi, Walter Salles e Daniela Thomas, Jia Zhang Ke, José Padilha, Apichatpong Weerasethakul, Idrissa Ouédraogo e João Jardim são alguns dos cineastas com  filmes programados na 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul,  que será realizada no período de 5 de outubro a 10 de novembro em 16 capitais brasileiras, com entrada franca.  É uma realização da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira e patrocínio da Petrobras. 

Com 39 títulos na programação, o evento é dedicado a obras que abordam questões referentes aos direitos humanos, produzidas recentemente nos países sul-americanos. Entre os destaques está o longa-metragem “Histórias de Direitos Humanos”, com 22 episódios de três minutos cada, assinados pelo argentino Pablo Trapero (do longa "Bonaerense"), o chinês Jia Zhang Ke (de “Still Life”), o tailandês Apichatpong Weerasethakul ("Tropical Malady") e o realizador de Burkina Faso Idrissa Ouédraogo (“África, Minha África”), além da dupla brasileira Walter Salles e Daniela Thomas.

“Histórias de Direitos Humanos” integra os Programas Especiais da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, seção que traz também “O Cavaleiro Negro”,  de Ulf Hultberg e Åsa Faringer, uma produção baseada na história real do embaixador sueco no Chile, Harald Edelstam, que, durante o golpe militar de 1973, salvou centenas de pessoas da prisão e tortura  concedendo asilo na Suécia. Outro programa especial exibe na íntegra a minissérie televisiva “Trago Comigo”, na qual a diretora Tata Amaral mistura ficção e realidade para abordar a ditadura militar no Brasil. Protagonizada por Carlos Alberto Riccelli, a obra traça um painel do ambiente social e político da época, intercalando depoimentos documentais de presos políticos que foram torturados.

No total, estão representados  nesta 4ª edição do evento dez países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.   A  Mostra acontece em São Paulo (Cinemateca Brasileira e Cinesesc, 5 a 11/10),  Rio de Janeiro (Teatro Nelson Rodrigues, 6 a 11/10), Natal (Auditório Sebrae, 7 a 11/10), Porto Alegre (Santander Cultural, 8 a 16/10), Belo Horizonte (Cine Humberto Mauro, 13 a 19/10), Teresina (Sala Torquato Neto, 13 a 19/10), Manaus (Palácio da Justiça, 19 a 25/10), Fortaleza (Cine Benjamin Abrahão, 19 a 25/10), Rio Branco (Filmoteca Acreana,  19 a 25/10), Belém (Cine Líbero Luxardo, 22/10 a 1º/11), Maceió (Cine Sesi Pajuçara, 26/10 a 1º/11), Brasília (Centro Cultural Banco do Brasil, 26/10 a 1º/11), Recife (Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, 30/10 a 5/11), Curitiba (Cinemateca de Curitiba, 3 a 8/11), Goiânia (Cine Cultura – Sala Eduardo Benfica, 3 a 8/11) e Salvador (Sala Walter da Silveira, 4 a 10/11). Em todas as capitais acontecem sessões com audiodescrição. A audiodescrição é o recurso que permite a inclusão de pessoas com deficiência visual no cinema, pois um narrador descreve as imagens e a situação de cada cena. No Brasil, segundo dados do IBGE, existem aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial.  

Na seção Contemporâneos estão programados trabalhos recentes, como “Entre A Luz e a Sombra” (de Luciana Burlamaqui), longa inédito no circuito comercial que acompanha ao longo de sete anos uma atriz tornada voluntária social e seus encontros com uma dupla de rappers de sucesso formada por detentos do Complexo do Carandiru, em São Paulo.  Também inédito no Brasil,   “Unidade 25”  faz parte dessa programação. É uma produção argentina dirigida por Alejo Hoijman sobre uma impressionante prisão/igreja, local onde duas centenas de prisioneiros e 30 guardas compartilham sua devoção ao Evangelho. 

Ainda na mesma seção estão os longas “Esse Homem Vai Morrer: Um Faroeste Caboclo” (Emílio Gallo, Brasil), documentário investigativo que revela como um sonho que atraiu um punhado de brasileiros até Rio Maria (Pará), se tornou uma sentença de morte para  14 deles; “Bagatela - A Necessidade Tem Cara de Cachorro” (Jorge Caballero, Colômbia), outro inédito no Brasil, mostra como infrações banais resultam em sentenças elevadas, como o roubo de um frasco de colônia que pode ser punido com dois anos de prisão; “Sentidos à Flor da Pele” e “À Margem do Lixo”, ambos dirigidos por Evaldo Mocarzel; “Devoção” (Sérgio Sanz), uma abordagem do sincretismo religioso brasileiro; e “Garapa”, mais recente trabalho do diretor do sucesso “Tropa de Elite”.

Inspirada pelo lema “Iguais na Diferença” (tema de recente campanha pela inclusão das pessoas com deficiência criada para Secretaria Especial dos Direitos Humanos e Secretaria de Comunicação Social, ambas da Presidência da República), a Retrospectiva Histórica de 2009 reúne produções realizadas de 1949 a 1998, destacando nomes expressivos da cinematografia da região. É o caso do chileno Raúl Ruiz, que realizou “O Realismo Socialista” em 1973, e do peruano Francisco J. Lombardi, autor do sucesso “Não Conte a Ninguém” (1998).  Dois longas-metragens brasileiros, que tratam de temas fortes e há muito fora de circulação, são recuperados pela programação: “Crueldade Mortal” (Luiz Paulino dos Santos, 1976), através de uma brilhante atuação de Joffre Soares, aborda questões ligadas ao idoso, tortura e segurança pública, enquanto que “Também Somos Irmãos” (José Carlos Burle, 1949), com elenco liderado por Grande Otelo, é considerado por estudiosos como o filme mais importante sobre a questão racial feito no Brasil.  

Considerado projeto precursor na área de produção audiovisual dos índios no Brasil, o Vídeo nas Aldeias é foco da Homenagem desta edição. Criado em 1987, a partir de um experimento realizado por Vincent Carelli entre os índios Nambiquara, quando estes eram filmados e depois assistiam a suas próprias imagens, o projeto tornou-se um centro de produção de vídeos e uma escola de formação audiovisual para povos indígenas. Estão programados sete títulos do Vídeo nas aldeias, entre eles o longa-metragem “Corumbiara”, vencedor este ano dos prêmios de melhor filme no Festival de Gramado e no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Goiás), além de menção honrosa no É Tudo Verdade. 

A 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores, da TV Brasil e da Sociedade Amigos da Cinemateca. As obras mais votadas pelo público são contempladas com o Prêmio Aquisição TV Brasil nas categorias longa, média e curta-metragem. A programação tem curadoria do cineasta e curador Francisco Cesar Filho.

Mais informações: website www.cinedireitoshumanos.org.br.
ProCultura com Flávia Miranda (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.), Daniele Tomadon (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.) ou por telefone (11) 32630197
Assessoria de Comunicação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos: 061.2025.9805/3498
www.direitoshumanos.gov.br

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