A três meses da reunião que decidirá o futuro da humanidade, a 15ª Conferência do Clima, estreia o filme "A era da estupidez" (The Age of Stupid), um olhar crítico sobre a demora dos atuais governantes em lidar com a crise climática.
"A era da estupidez" se passa em 2055 e tem
no papel principal o ator inglês Pete Postlethwhaite, indicado para o Oscar em
1994. Ele interpreta o "arquivista", um homem solitário que vive num mundo
devastado pelo aquecimento global e que consome seu tempo catalogando o passado.
No filme, Postlethwhaite examina imagens de 2007 e se pergunta por que a
humanidade não tomou providências contra a crise climática quando ainda havia
tempo.
No Brasil, três sessões simultâneas acontecem no dia 22 em São
Paulo, Rio e Brasília com o apoio do Greenpeace (1), dentro de uma semana de
atividades para mobilizar a população sobre os perigos do aquecimento global. O
evento é parte da pré-estreia mundial, que será feita em mais de 40 países na
mesma semana da Assembleia-Geral das Nações Unidas, quando os países terão mais
uma oportunidade para definir um acordo antes da Conferência do Clima, marcada
para dezembro em Copenhague.
O ambicioso objetivo é transformar 250
milhões de espectadores do filme em ativistas do clima. "As alterações no clima
do planeta ilustrados pelo filme não são apenas ficção científica. O Ártico sem
gelo, Londres submersa e Austrália em chamas retratam os impactos do aquecimento
global em cenários extremos, mas plausíveis. Como as mudanças climáticas não
podem ser revertidas, os impactos dependem do que será feito agora para reduzir
as emissões de gases estufa", diz João Talocchi do Greenpeace. "Ao combater o
aquecimento global, além de evitar as catástrofes, os países tem a oportunidade
de proteger as florestas, inovar tecnologias para geração de energia e gerar
empregos verdes", completa.
Na reunião de Copenhague, os países
desenvolvidos precisam se comprometer com uma redução de 40% das emissões de
gases estufa até 2020, tendo como base as emissões de 1990, para que a
temperatura do planeta fique bem abaixo dos 2º C. O Brasil deve zerar o
desmatamento na Amazônia se quiser agir para barrar o aquecimento
global.
"Nossas ações contra as mudanças climáticas irão definir a nossa
geração, assim como o fim do apartheid, a abolição da escravidão e a chegada do
homem à Lua definiram gerações anteriores. No momento, vivemos na era da
estupidez, mas, apesar do pouco tempo que nos resta, ainda é possível mudar esta
situação", afirma a diretora do filme, Franny Armstrong.
Estreia
verde - O palco principal do lançamento de "A era da estupidez" será em
uma tenda inteiramente abastecida por energia solar, em Manhattan, Nova Iorque.
Os convidados chegarão à festa por meio de transportes alternativos, como
bicicletas, skates, veículos movidos a biodiesel de óleo de fritura e riquexós
(táxis ecológicos de tração humana). Toda a energia utilizada no evento
resultará em apenas 1% do carbono normalmente emitido em uma pré-estreia
tradicional. A cerimônia será apresentada pelo ex-secretário-geral da ONU Kofi
Annan.
No Brasil - O Greenpeace apoia o lançamento do
filme em nove cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas,
Brasília, Salvador, Curitiba, Juiz de Fora e Santos. Em Porto Alegre, o apoio
será da ONG Amigos da Terra. Consulte a programação no site da MovieMobz.
Assista o trailer do filme no http://www.youtube.com/watch?v=wAIXDrvs5YI.