Antropofagia: Nesta tela temos a junção do "Abaporu" com "A Negra". Este aparece invertido em relação ao quadro original. Trata-se de uma das telas mais significativas de Tarsila do Amaral.
São Paulo – Os 90 anos da Semana de Arte Moderna motivam uma série de eventos culturais na capital paulista. A inauguração do movimento modernista brasileiro, que aconteceu de 11 a 18 de fevereiro de 1922, é lembrada com apresentações de ópera, balé, exposição e música.
No Theatro Municipal estão em cartaz dois espetáculos que comemoram a data. Um deles é a ópera Magdalena, do maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, que será apresentada pela primeira vez na cidade.
“É um espetáculo montado pelo Theatre du Chatelet, de Paris, que fez muito sucesso em 2010”, ressaltou o diretor artístico do Municipal, Abel Rocha.
Com quatro apresentações, o outro espetáculo, Andradiana começa nas escadarias do teatro, enquanto o público ainda espera na fila para entrar. Segundo Rocha, dessa maneira o espetáculo que inclui música de coral, balé e ópera, questiona a essência da arte. “Arte é aquilo que você vai pagar para ver no Theatro Municipal, ou aquilo que você vai consumir de graça e não dá nem uma moedinha de esmola para o artista?”, provoca o maestro.
O Sesc Vila Mariana, zona sul da capital, também tem atrações que comemoram o aniversário do movimento modernista ao longo do mês. O destaque são três shows musicais em que poderão ser ouvidas obras de Villa- Lobos e de artistas que seguem a linha de movimentos que repercutiram as influências de 1922, como a Tropicália.
Além disso, o Sesc vai promover um passeio que passa pela Casa Modernista, pelo Museu Lasar Segall e pelas obras de Victor Brecheret distribuídas pela cidade, como o Monumento às Bandeiras, próximo ao Parque Ibirapuera.
Haverá ainda uma oficina chamada Fragmentos Visuais: Olhares sobre a Semana de 22. “Vamos pegar todas essas obras visuais que são dos artistas que participaram da Semana de 22 e trabalhar em cima delas através da intervenção chamada colagem digital. Montando novas imagens”, explica o idealizador do projeto Luciano Dutra.
O Museu da Língua Portuguesa se soma às comemorações, prorrogando a exposição Oswald de Andrade: O Culpado de Tudo, que deveria se encerrar no último dia 30. A mostra usa elementos de linguagem contemporâneos para retratar a vida e a obra do artista.
* Edição: Rivadavia Severo
** Publicado originalmente no site da Agência Brasil.
(Agência Brasil)