Sempre uma militante pela arte, nunca uma radical, Fernanda Montenegro podia ter se esgueirado na carreira política, quando foi convidade a ser MInistra da Cultura, no governo Sarney. Não quis, mas não desprezou a iniciativa.
Manteve a posição atuante, mas agradeceu o convite a uma artista.
Aliás, seus depoimentos e bandeiras são uma capítulo à parte em sua história. Tida como exemplo não só à classe artística, mas a todos os cidadãos brasileiros, a atriz já ganhou três biografias: "A Vida de Fernanda Montenegro" (Editora Rio), "Fernanda Montenegro, o Exercício da Paixão" (Editora Rocco, 1990) e a mais recente, "Fernanda Montenegro, a Defesa do Mistério", depoimento biográfico colhido por Neusa Barbosa.
Fernanda já estrelou peça de Nelson Rodrigues - e foi com ele que estreou no cinema, com "A Falecida" - fez megera na novela das oito, fez mocinha, comediante, concorreu ao Oscar, se chamou Arlette (seu nome de batismo), torce pelo Fluminense, foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi e marcou, para sempre, os palcos brasileiros.
Roberto Tonet