A morte para chegar
não marca dia nem hora.
E para as pessoas
que vivem intensamente,
vem vagarosamente
como se fosse amiga.
A morte vem em uma noite escura,
em uma canção triste,
para tornar o sono infinito,
um sono de sonhos,
sonhos de um poeta.
A morte vem de mansinho
e arrebata do peito toda tristeza,
toda dor que temos em nós,
os humildes.
A morte vem para trazer
a paz de que vai
e a saudade de quem fica.
E quem fica, não tem paz.
A morte de um poeta
vem como mulher,
como poesia.
A morte levou o homem,
mas em cada um de nós
ficou o poeta Vinicius de Morais.
Sandra Hurst
(09/07/80)