Resistência atrás das grades

Resumo da obra: Trata-se de uma obra que contém um diário escrito por ocasião da Greve de Fome que um grupo de presos políticos em São Paulo  levou a efeito entre 9 de Junho e 11 de Julho de 1972 que muito pouca gente conhece e da qual quase que não há registro.

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Esta greve de fome foi realizada como uma forma de resistir aos planos que tinham as autoridades da época de dividir os presos políticos em vários pequenos grupos levando-os para diversas cadeias do Estado. Ela teve duas fases.

A primeira foi de 5 dias (entre os dias 12 e 17 de maio) na cidade de São Paulo com a participação de 34 homens e 13 mulheres nos presídios Tiradentes , Casa de Detenção e Penitenciaria do Carandiru . A segunda com a participação de 32 homens somente se realizou em dois Presídios: a Penitenciaria do Carandiru e a penitenciaria de Presidente Venceslau aonde o autor estava, transferido de São Paulo em conjunto com os três freis dominicanos e mais dois companheiros , sendo que o diário foi escrito lá, acompanhando dia a dia, o que acontecia .

Esta segunda fase durou 33 dias e não foi vitoriosa,  já que os presos em São Paulo continuaram separados até o ano de 1976.

Após intensa  pesquisa sobre o assunto, basicamente nos Arquivos de SP (DEOPS) e também no Arquivo Nacional  (Rio e Brasília),  foram encontrados  vários documentos que enriquecem o diário, pois mostrará  também a opinião e os documentos das autoridades da época a respeito da política carcerária sobre presos políticos que se “atreviam” a resistir mesmo estando presos.

O livro também revela pela primeira vez o papel que teve um grupo de religiosos denominado “O Grupo das Sextas Feiras” nas discussões internas da Igreja que caracterizaram este período.
Finalmente a obra traz à luz as posições existentes dentro dos presídios politicos a respeito da resistência dos presos às arbitrariedades cometidas por aquelas autoridades que comandavam a política carcerária da época.   

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A obra contém 5 capítulos, sendo que o "miolo" é naturalmente o diário em si. Como capítulos adicionais o livro contem além de uma introdução pessoal , uma resenha histórica que explica o desenrolar dos acontecimentos até a eclosão da greve , comentários  adicionais sobre o papel da Igreja e finalmente um epílogo que trata de analisar esta greve do ponto de vista político hoje. 

O prefacio foi  escrito  pelo Dr. Mario Simas, ativo advogado militante na área de Direitos Humanos e defensor de vários presos políticos na época da ditadura militar. O posfácio , escrito por Manoel Cyrillo, ex guerrilheiro e preso político, também faz uma analise pessoal do livro .
A obra traz como anexos transcrição de documentos oficiais encontrados nos arquivos e fruto de arquivo pessoal assim como uma importante  iconografia, alem da bibliografia.

Apresentação – 4ª de capa

Este livro conta parte importante da história da ditadura militar sob o ponto de vista dos presos políticos, homens e mulheres, que continuaram sua luta dentro das prisões políticas sem se render ao inimigo.

A partir de um diário de greve de fome, escrito numa cela da enfermaria da Penitenciária Regional de Presidente Venceslau, extremo oeste de São Paulo, em 1972, feita para impedir a separação e a repressão dos combatentes encarcerados, é contado o cotidiano das pessoas presas por um Estado que sequer admitia a existência de presos políticos. 
Resgatado 37 anos depois e transcrito na íntegra, tal qual foi escrito na época, somam-se a esse diário vários documentos importantíssimos, nunca antes publicados ou que nunca foram analisados adequadamente, para entender o que movia os repressores na sua sanha e quem eram os militantes contra a ditadura.

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A lógica da repressão e as muitas tentativas de quebrar a determinação de continuar o combate, mesmo presos, contra um regime ilegal e ilegítimo surgem nitidamente neste livro, que desnuda as diferenças políticas daquelas pessoas nas mãos do inimigo.
Resistência atrás das grades é um retrato fiel de uma época cruel. Acima de tudo, este livro mostra que a generosidade de uma geração de brasileiros foi maior do que a barbárie do terrorismo de Estado, implantado com o golpe de Estado em 1964.

O Autor

Maurice Politi, nascido no Egito e orgulhoso de ser brasileiro, filho de judeus fugidos da intolerância do Oriente Médio, militante esquerdista com claro senso de justiça e direitos, preso, torturado, mantido preso por quatro anos seguidos e expulso do país pela ditadura militar, tem em sua história a síntese de tudo o que foi nosso país durante os tempos sombrios de repressão política.

Obrigado a viver fora de seu país e longe de seu povo, rodou o mundo para retomar sua vida normal e voltou ao Brasil.  Nunca deixou o passado ser esquecido ou tornado insignificante.

O jovem Maurice participou da greve de fome de alguns dos presos políticos de São Paulo, em 1972, e fez um detalhado diário de todo o processo que levou a um protesto inicial de seis dias sem ingerir alimentos, seguido de outro de 33 dias de luta contra a repressão nas prisões políticas.

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Resistência atrás das grades
de Maurice Politi
Plena Editorial / Núcleo Memória
208 páginas

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