INFÂNCIA DE BENEDITO FRANCO - PROFESSORAS

Quando se fundou a escola no Calado, hoje Coronel Fabriciano, nomeou-se a professora formada, Dona Mariana, mas estava ela nos últimos dias da gravidez de um de seus filhos. Durante algum tempo mamãe substituiu a Dona Mariana, sendo assim a primeira professora da região.

No grupo escolar, a professora Dona Maria de Lourdes, uma fera magricela e velha, mas de eficiência e dedicação extremas. Morava no Melo Vianna, uns três quilômetros de estrada lamacenta o ano inteiro – numa baixada de charco, hoje uma bela avenida: Avenida Magalhães Pinto. Paralelamente à estrada, cercas de arame farpado. Em cima de uma delas, passavam os fios elétricos vindos da usina da Belgo Mineira, instalada pouco acima de Melo Vianna, no Caladão. Devido às ventanias, de quando em vez os fios arrebentavam e caíam na cerca. Desviando-se das poças d’água e lama, e encostando-se na cerca, tomava-se um tremendo choque, e, muitíssimas vezes morreram pessoas nesse lugar. O ribeirão que servia a usina e passava na região era limpíssimo, e por isso havia inúmeras lavadeiras no Melo Vianna e arredores – ainda me lembro que três delas faleceram ao tomarem choque. Interessante que não se tomavam providências para sanar essa catástrofe. Quem reclamaria da Belgo Mineira?... Belgo, a imperatriz da região!

No grupo escolar, a professora Dona Maria de Lourdes, uma fera magricela e velha, mas de eficiência e dedicação extremas. Morava no Melo Vianna, uns três quilômetros de estrada lamacenta o ano inteiro – numa baixada de charco, hoje uma bela avenida: Avenida Magalhães Pinto. Paralelamente à estrada, cercas de arame farpado. Em cima de uma delas, passavam os fios elétricos vindos da usina da Belgo Mineira, instalada pouco acima de Melo Vianna, no Caladão. Devido às ventanias, de quando em vez os fios arrebentavam e caíam na cerca. Desviando-se das poças d’água e lama, e encostando-se na cerca, tomava-se um tremendo choque, e, muitíssimas vezes morreram pessoas nesse lugar. Interessante que não se tomavam providências para sanar essa catástrofe. Quem reclamaria da Belgo Mineira?... Belgo, a imperatriz da região!

Apesar do lugarejo, Calado, com ruas sem calçamento e cobertas de terra, lama e capim ou mato, Dona Maria de Lourdes recomendava aos alunos pedir a seus pais para limpar as frentes de suas casas. De quando em vez, tirava os alunos da sala e visitávamos algumas casas – as sujas, seus donos se envergonhavam perante os alunos. Hoje, as professoras seriam processadas – e os alunos ficam com essa educação que a gente tanto lamenta – não recebem limites dos pais... E muito menos das professoras!.

Para manter limpas as paredes e muros da escola e da cidade, a professora citava em francês: Mur papier de la canaille! - O muro é o papel dos moleques, traduzia ela. E vejam que ainda nem se pensavam nos pichadores dos tempos de agora!

Admiro-a até hoje!

Dona Maria é filha de Tio Vital e Tia Bita e, quando moça, morou em nossa casa, e na ocasião conheceu, namorou e se casou com o Narciso da Casa Guerra.

A escola de Fabriciano - ou Calado – além de precária e as turmas juntas, às vezes faltava professora. Quando entrei para o Grupo, uma sala e uma professora para o primeiro, segundo e terceiro anos.

Dona Maria, numa sala da casa de Tia Etelvina, começou a dar aula particular para uma turma. Os filhos do Doutor Rubens e Dona Nilza: Yole, o Waltinho, o Rubinho e a Ana Lúcia e mais o Guido e a Maria Inês do Sô Luis Magalhães, os colegas que me recordo, e eu, estudávamos com ela.

Inúmeros fins de semana ia eu, de charrete, para a fazenda do Doutor Rubens, pois fiz uma grande amizade com o Waltinho e a Yole – os irmãos eram menores e entravam pouco em nossas brincadeiras.

Outro grande amigo foi o Guido Magalhães; juntos ajudávamos as missas – coroinhas. Depois da missa íamos para sua casa tomar café, junto com a Maria Inês, e eu era muito bem tratado por Dona Odília, sua mãe – que família educada! Deus gosta de gente boa! Levou o Guido ainda rapazinho.

Eu era um bom fila café, ou um bom amigo, pois andei sendo convidado para tomar café, sempre depois das missas, também com o Chico do Sô César ou com o Malton, na casa da Dona Sayde Albeny. Não me esqueço que, quando ajudava missa na igrejinha do Hospital Siderúrgica, filava o café, trazido para a Casa Paroquial pelas irmãs. E quando a missa era de Dom Helvécio, tomava café na casa do Doutor Joaquim, Superintendente da Belgo Mineira na região.

Outra professora que marcou bem foi a Dona Nair, assim como a Diretora Dona Dorvalina.

Dona Mariana e Dona Chiquinha, embora não tenham sido minhas mestras, me são caras.          

As professoras eram as segundas mães - louvadas, cantadas e decantadas pelos alunos, pais e toda a sociedade. Hoje, as professoras são inimigas das mães, pois colocam freios nos meninos, o que as mães detestam; ganham mal, inimigas dos governos – ou os governos inimigos delas? Afinal... governar burros é fácil: é só colocar o cabresto. Governar gente instruída...

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