São mais de 50 as obras que fazem parte da MundiArt – Mostra Internacional de Arte Contemporânea. A exposição tem curadoria da artista plástica e arte-educadora Lya Alves. A exposição é plural, aberta a diferentes estilos e técnicas.
Os artistas internacionais são: (Itália) Piero Ceragioli, Paolo Vitale, Carlo Volpicella, Giovanni Nappa, Imerio Rovelli, Luigi Latino, Fabio Agace, Fabiola Barna, Moreno Gerzeli, Enrico Thanhoffer ; (Argentina) Nicky Chiarello; (Polônia) Veronica Korzekwa; (México) Alfredo Linch, Mirta Beatriz Iglesias Dávila, Daniel Barreras; (U.S.A.) J.F.Bautista; (Portugal) Francisco Urbano, Jose Miguens; (Alemanha) Detlev Foth; (Bósnia e Herzegovinia) Harun Hosic; (Espanha) Jose Manuel Portillo Carnero, Mariangeles Martinez Castro; (Holanda) Jeroen Van Paasen; (Canadá) Alvis Zujevs; (Bolívia) Prisca.
A mostra conta com artistas brasileiros de 8 Estados: (Rio de Janeiro) Lya Alves, Carol Neves, Diane Vidal, Adilson Pinto, Fernanda Franco, Anna Nunes, Jéter Aguiar, Regina Guimmarães, Zenaide Azevedo, Denise Velasco, Kátia Del Cistia, Dyandréia Portugal, Paulo Alves, De Luna Freire, Cristiane França, André, Ana Tavares, Alex Suliano, Davi Baltar, Carla Verena, Angela Mello, Tânia Sant'anna, Conceição Barros; (Goiás) Yderval Britto; (Minas Gerais) Madá Papadopoulos, Márcio Carvalho, Agatha Salgado; (Paraná) Gri Alves; (São Paulo) Carlos Dias, Ângela Ferrara, Paula França; (Amazonas) Leonardo Tapajós, Marcelo Ramos; (Bahia) Carol Queiroz; (Pernambuco) Edmar Sales.
Todos estão convidados para o evento. Mas antes de irmos ao vernissage, vamos conhecer um pouco a estória da Mostra.
Inicialmente, a MundiArt seria realizada na Associação Fluminense de Belas Artes. Convidei amigos, artistas, imprensa, divulguei. Neste período, a AFBA estava numa disputa judicial com a Ampla, pelo espaço: A Ampla estava reivindicando o espaço cedido anteriormente pela CERJ. Quem tem mais dinheiro, compra o melhor advogado, e claro, a AFBA perdeu. Assim, ficou decidido que á Ampla pertencia o terreno e a AFBA, fundada em 27 de outubro de 1940, e que tem como sócios fundadores: Hamilton Sholl, Edgar Parreiras, Gerson de Azevedo Coutinho, José de Castro Botelho, Miguel R. Caplloch, Pedro Campofiorito, Dolores Márquez Caplloch, Florisbela de Castro Nogueira, Moysés Nogueira as Silva, Aluízio Valle, foi despejada. Apesar de toda a pressão feita pela imprensa, achávamos que isso não ocorreria. Então , recebo um telefonema do presidente da AFBA:“Lya, o oficial de justiça está aqui, os quadros do acervo estão na rua e estou esperando um caminhão chegar para levar. Não poderemos realizar a MundiaRt nem nenhuma programação no local.”
Iniciei uma busca por locais para a Mostra, avisei aos 53 artistas internacionais que não enviassem seus trabalhos para a MundiArt, pois o trabalho seria extraviado. Por sorte, isso foi no início de março, e como a exposição estava agendada para 8 de maio, a maioria dos artistas ainda não tinha enviado seus trabalhos. Mas a tela de Jeroen Van Paassen voltou para a Holanda porque não havia ninguém para receber no endereço da AFBA, porque estava fechada, e mesmo no correio, não conseguimos rastrear porque ele enviou por tranportadora. Mas graças à persistência do artista holandês, teremos um videoarte de Jeroen, que não desisitiu, apesar do prejuízo.
Mas, se contávamos em março com 53 artistas internacionais, ficamos apenas com 24 que não se entregaram ao medo de expor num país que despeja seus próprios artistas.
Continuei buscando espaços culturais pela cidade, visto que tudo estava bem antecipado, então Denise Velasco entrou em contato comigo. Ela estava prestes a ser nomeada superintedente de artes plásticas da Fundação de Artes de São Gonçalo (FASG) e começamos a trabalhar no projeto juntas. Ela me apresentou à recém-nomeada superintedente de artes plásticas, Lucidalva de Paula, que prontamente colocou milhões de empecilhos para a realização da MundiARt em São Gonçalo.
Fui então apresentada ao secretário de cultura Carlos Ney, que aprovou o projeto imediatamente. Enviei então e-mail a todos os artistas nacionais e internacionais, e á imprensa, um novo release com novo endereço e nova data e mandamos fazer os convites e folders. Isto foi em 13 de abril. Então no dia 29 de abril Denise Velasco me liga avisando que a MundiArt foi cancelada porque houve um problema jurídico e a nomeação dela também não saiu. Após conseguir patrocínio para paisagismo, coquetel, luz, e decoração para o vernissage, Denise disse que houve uma denúncia de que as inscrições para a MundiARt foram cobradas. Marquei reunião na FASG no dia seguinte.fiquei lá de 10:00 horas até 21:00 horas, fui em todos os gabinetes, falei com tantos quantos pude falar:subsecretários, secretários, etc...e nada . fui chamada de estelionatária, 171, e mais uma série humilhações passei, inclusive a ameaça de ser processada. Engraçado que a superintendente dedica seu tempo quase integralmente a realizar feiras de artesanato pela FASG, recebendo dinheiro pelo aluguel das suas barracas para os eventos, mas isto pode...
No dia 4, mais uma reunião estilo via-crúcis com o secretário Carlos Ney, que me explicou o problema jurídico que havia: terceiros não podem ganhar dinheiro com espaços públicos. Explicou-me a falha de comunicação pois ele entendeu que era um grupo de artistas e não sabia que a inscrição era paga, e por este motivo a exposição deveria ser cancelada- a 11 dias do evento. Nunca escondi nada e o regulamento estava no site, publicamente. As inscrições eram para cobrir as despesas do evento(convites, banners, folders, telefone, criação manutenção de site do evento)e, lógico, o trabalho de três meses que realizei sozinha. Tentamos junto ao departamento jurídico um alternativa para solucionar o problema, visto que a MundiARt não foi planejada para a FASG, mas para a AFBA, e a FASG estaria apenas cedendo espaço para o trabalho, sem nenhum ônus para a insttituição e eu tampouco conhecia as regras do local. A superintendente Lucidalva, que já havia mencionado a possibilidade de um processo, disse que se isto viesse à tona os danos seriam muito maiores. Eu perguntei:”e quem denunciaria, se só você pode provar?”-A “prova do crime” em questão era uma cópia do regulamento retirada do meu site.”eu reitrei a página do site assim que você falou que era problema, dias atrás”.mas ela não quis aceitar, como observamos desde o primeiro contato. Denise Velasco havia redigido um ofício à prefeitura isentando a prefeitura de toda a responsabilidade pela MundiARt, mas não resolveu. O documento incluía a obsevação de que os aristas internacionais não pagaram taxa de inscrição, e somente os nacionais arcaram com esta despesa, excluindo um artista que faz trabalho voluntário. O secretário leu o documento e falou que ia levar ao setor jurídico para avaliação, porque isto poderia atenuar os problemas.A superintendente começou a levantar outra questão: e se os quadros forem roubados ou danificados?como a FASG arcaria com esta responsailidade? Expliquei que na ficha de inscrição havia um termo onde o artista não responsabilizaria a prdução do evento por nenhum ano:roubo, incêndio, etc.Ela insistiu que os quadros deviam ter seguros e deviam ser registrados antes da exposição. Eu, Denise e o secretário concordamos que não é comum artistas fazerem seguro de seus quadros porque isto onera o artista, anão ser para artistas de quadros de valor elevadíssimo. Bem, a ex-presidente do sindicato dos artesãos (Lucidalva) começou a levantar esta questão de maneira muito estranha.
O secretário pediu que ligássemos para o ICBEU, onde agendamos a segunda edição da mostra e tentássemos fazer lá, na mesma data. Estávamos a 11 dias da mostra. Convites e folders(caros) jogados fora. Ligamos para o ICBEU e na mesma hora a diretora nos recebeu de portas abertas e com enorme alegria em sua belíssima galeria.
O secretário pediu apenas que, uma vez que o ICBEU abriu as portas, esperássemos até o dia seguinte para a decisão do jurídico. Eu falei que não queria mais tratar com a FASG porque quem ia me garantir que faltando menos dias para o evento, não seria cancelado de novo? Será que não basta sujar a imagem do paia lá fora? E a minha aqui dentro?
A julgar pela postura da superitendente Lucidalva, era certo esperar por isso. Mesmo porque ela mesma me apresentou quadros que foram danificados em eventos da FASG, e eu presenciei uma artista reclamando de como foi maltratada pela superintendente e também que uma tela sua foi rasgada. Se Lucidalva estava insinuando que os trabalhos poderiam ser danificados, era melhor acreditar...contra fatos não há argumentos. Se a MundiARt ia sair a custo zero para a Prefeitura, podia sair pra mim a um preço muito caro.
Nestes dias de reuniões e espera de muitas horas para ser atendida, presenciei muitas cenas: uma recepcionista da FASG horrorizada porque a superintendente Lucidalva atendeu um artista aos berros só porque ele pediu para falar com Denise Velasco(que ainda não foi nomeada, e talvez não seja, afinal, ela trabalha muito...). Presenciei a superintendente ter mais força do que o secretário por motivos políticos. E também o descontentamento dos artistas de São Gonçalo que não podem contar mais com a Secretaria de Cultura, que outrora funcionava tão brilhantemente.
Além disso, oque corre á boca miúda nos corredores é que “A FASG, antes de ser um local de cultura, é um órgão político”.
Então hoje, saiu a resposta do departamento jurídico: “não”. Eu já esperava por isso. Mas confesso que achei que tinha terminado por aí.
Mas Denise perguntou:”como vamos fazer com as pessoas que vão para lá?O evento foi muito divulgado no Brasil todo, não apenas na cidade!!Como vamos enviar as pessoas da Casa das Artes para o ICBEU?”
A resposta que ouviu: “Então vamos aproveitar a oportunidade e criar um evento no dia, assim, quando as pessoas chegarem, não precisarão ir à MundiArt.”
De fato, não acabou. Quem sabe eles arrumam um pretexto para me processar até lá? Denise ainda não foi nomeada, “será que será”...? Aguardem cenas do próximo capítulo.
Lya Alves
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