Exposição da artista Plástica brasileira Cida Garcia
Majestic-Porto
Obras da nossa colunista e artista plástica Cida Garcia, estarão a partir de 28 de julho a 09 de Agosto no Majestic do Porto, por onde já passaram muitas personalidades de destaque no mundo europeu, ligados a vida cultural e artística .
Cida Garcia visita o Porto em 2006 |
" Na biografia de J.K.Rowling escrita por Sean Smith, refere-se que
a escritora passava muito tempo no Café Majestic a trabalhar no
primeiro livro "Harry Potter e a Pedra Filosofal"(apesar de a escritora
ter saído do porto em 1994 e o livro apenas ter sido publicado em
1997).
Nos últimos anos, entre muitas outras figuras, não
deixaram de visitar e assinar o livro de honra os presidentes Mário
Soares, Jorge Sampaio, Jacques Chirac e Cavaco Silva.
Uma das cerimónias da despedida de Macau, no final do período de
administração portuguesa, teve lugar no Café Majestic com a presença do
Embaixador da China em Portugal."
Majestic
Dra. Ana Maria Coutinho e Castro- Procuradora da artista em Portugal no Majestic |
O local prima pela exuberante arquitetura idealizada pelo arquiteto
João Queirós, inspirada na obra do mestre Marques da Silva, no estilo
“arte nova”.
"Art nouveau ([aR.nu'vo], do francês arte nova), chamado Arte Nova em
Portugal, foi um estilo estético essencialmente de design e
arquitectura que também influenciou o mundo das artes plásticas. Era
relacionado com o movimento arts & crafts e que teve grande
destaque durante a Belle époque, nas últimas décadas do século XIX e
primeiras décadas do século XX. Relaciona-se especialmente com a 2ª
Revolução Industrial em curso na Europa com a exploração de novos
materiais (como o ferro e o vidro, principais elementos dos edifícios
que passaram a ser construídos segundo a nova estética) e os avanços
tecnológicos na área gráfica, como a técnica da litografia colorida que
teve grande influência nos cartazes. Devido à forte presença do estilo
naquele período, este também recebeu o apelido de modern style (do
inglês, estilo moderno).
O nome surgiu de uma loja parisiense (capital internacional do
movimento), chamada justamente Art nouveau e que vendia mobiliário
seguindo o estilo.
Caracteriza-se pelas formas orgânicas, escapismo para a Natureza,
valorização do trabalho artesanal, entre outros. O movimento simbolista
também influenciou o art nouveau."
ARTE NOVA, ART NOUVEAU, MODERN STYLE, FLOWER ART, FLOREARE
O Majestic |
"Recebeu nomes diversos dependendo do país em que se encontrava:
Flower art na Inglaterra, "Modern Style", "Liberty" ou stilo "Floreale"
na Itália. Os alemães criam sua própria vertente de Art Nouveau chamada
Jugendstil.
No Brasil, teve fundamental participação na
divulgação e realização da art nouveau o Liceu de Artes e Ofícios de
São Paulo. Um dos maiores nomes desse estilo, no Brasil, é o artísta e
designer Eliseu Visconti, pioneiro do design no País.
Em Portugal, edifícios em estilo arte nova são particularmente comuns
em Aveiro e Caldas da Rainha. Em Lisboa, a Casa - Museu Dr. Anastácio
Gonçalves é um bom exemplo da variante portuguesa do estilo, assim como
no Porto o Café Majestic. Em Portugal foi comum, mais que a
arquitetura, a decoração de fachadas e interiores com azulejos em
estilo arte nova, como se comprova em muitos edifícios da virada dos
séculos XIX e XX.( http://pt.wikipedia.org/wiki/Art_nouveau)"
Marques da Silva
Marques da Silva |
"José Marques da Silva, (Barcelos, 1869 - Porto, 1947) foi um arquitecto português. Fez o seu curso na Academia Portuense de Belas-Artes, seguindo depois para Paris, onde viveu entre 1889 e 1896, e onde obteve o diploma de arquitecto com altas classificações. Regressou a Portugal e criou rapidamente nome, pelo número e importância dos trabalhos que projectou e construiu, alguns dos quais foram premiados na Exposição Universal de Paris 1900 e na do Rio de Janeiro 1908, com medalhas de prata e de ouro. Em 1907 foi nomeado professor de Arquitectura da Escola de Belas Artes do Porto e em 1913 seu director, aposentando-se, por limite de idade, em 1939. Foi académico de mérito das Academias de Belas-Artes de Lisboa e Porto, sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes e oficial da Ordem de Santiago. Foi também professor do antigo Instituto Industrial e Comercial do Porto. A Universidade do Porto neste momento é a detentora do espólio do arquitecto, que se encontra no Instituto José Marques da Silva, sito no Marquês, no seu antigo atelier, ao lado da sua Moradia. Conjuntamente com o espólio do arquitecto, encontra-se o da sua filha, Maria José Marques da Silva e do seu genro, David.( http://pt.wikipedia.org/wiki/Marques_da_Silva)."
Cida Garcia recebe no Porto o Vice Presidente do Projeto Arte Solidária- Dr. Jorge Destro/Brasil. |
O Majestic está intimamente ligado a história da cidade do Porto,
quer seja pela tradição do café tertúlia, ou pelo teor histórico que
acompanha suas atividades durante tantos anos, desde a sua findação em
1916 na esquina das ruas Santa Catarina e Passos Manuel.
O mármore cobre totalmente sua fachada e encimando esta maravilha, pode-se ver um frontão com o nome do famoso Espaço.
Frontão com o nome do Espaço |
“... ao aproximarmo-nos do jardim passamos para um decorativismo
colmatador das estruturas arquitectónicas, terminando no portal jónico
de ligação ao exterior, com grande volutas transparentes e sensuais,
tipicamente [[Art Nouveau]], insinuando as esculturas femininas que
vislumbramos no exterior. Esse, verdejante e luminoso, serve
actualmente para a dinamização de concertos durante o Verão, pelo que
se tornou no terceiro centro cultural do Majestic, a rivalizar com o
piano de cauda no interior e com as inúmeras exposições de pintura a
acontecer no piso inferior, outrora votado ao jogo de bilhar.
Sob
a égide dos Barrias, o Café foi encerrado para execução de um projecto
de remodelação. Em 1994, depois da substituição do pavimento interior,
da reposição do mobiliário original e do desenho de um novo balcão, o
Majestic foi reaberto, devolvendo-se-lhe finalmente uma merecida
notoriedade.”
Presente
A partir dos anos 60, a transformação do ritmo de vida provocou o
declínio destes estabelecimentos e o Majestic não escapou a essa sorte
até aos primeiros anos da década de oitenta.
Porém, a sua beleza original e o seu significado na cidade do Porto,
valeram-lhe a classificação em 31 de Agosto de 1983 de "imóvel de
interesse público" e "património cultural" da cidade, o que
possibilitou que se iniciasse um processo de recuperação que, apesar de
longo, permitiu a reabertura do café em Julho de 1994 com todo o seu
antigo esplendor, convidando a reviver a fascinante Belle Époque.
Na cave foi criada uma galeria de arte destinada a pequenas conferências ou exposições.
Bibliografia
O Majestic, deslumbrante café no centro da cidade (na Rua de Santa
Catarina, que deu origem ao pequeno poema de Jorge de Sousa Braga,
chamado ‘Nos semáforos de Santa Catarina' – ao menos os teus
olhos/permanecem verdes/todo o ano) é mais frequentado por estrangeiros
do que por portugueses. Paga-se 9 euros e 75 cêntimos por um “Chá à
Majectic” (dá direito a chá, cacau ou leite, torradas com compota,
scones e uma tarte), mas sabe-se que é apenas um investimento. A
limpeza da alma também se paga. Faz muito bem ficar sentado nas mesas
do Majestic a ouvir o piano e ver os empregados a circular nas suas
fardas brancas, a lembrar os grumetes de navio."
Luís Graça
Um mouro na Invicta
MAJESTIC
" O café mais famoso do Porto e um dos mais belos do mundo. Conta a
história do Porto da “Belle Epoque”, dos escritores e artistas, das
tertúlias políticas e do debate de ideias. Obra do arqt. João Queirós,
foi inaugurado em 1921. Amadeu de Sousa Cardoso, Teixeira de Pascoais e
José Régio foram presenças constantes. Restaurado em 1994, manteve o
seu traçado em arte-nova – tectos em gesso pintado de dourado e
trabalhado, magníficos espelhos de cristal de Antuérpia nas paredes,
chão de mármore indiano. Lustres de grandes dimensões dão uma luz
difusa e as mesas têm tampos de mármore
Mais do que um café, o Majestic, ali na R. de Sta. Catarina, conta a
história do Porto. O Porto dos anos vinte, das tertúlias políticas e do
debate de ideias. O Porto da "Belle Époque", dos escritores e dos
artistas. Em 17 de Dezembro de 1921 e pela autoria do arquitecto João
Queirós, abriu um luxuoso café com o nome de Elite, situado na Rua de
Santa Catarina. Por aí se passeava a burguesia de então, para a qual o
café se destinava, sendo daí o seu primeiro nome: Elite - grande,
luxuoso, cuidado e aristocrático. De Elite muda-se para Majestic, nome
mais apropriado ao espírito dos seus frequentadores, mantendo as
referências ao sublime majestático e fazendo apelo a um certo chic
parisiense, tão ao gosto da época em que nasceu.
Um dos que estiveram presentes na inauguração foi o aviador Gago
Coutinho, que ficou encantado com o esplendor da decoração arte nova.
Frequentaram o café nomes como Teixeira de Pascoaes, José Régio,
António Nobre e o filósofo e professor Leonardo Coimbra, natural da
Lixa, Ministro da Instrução Pública em 1919 e 1923 e fundador da
Faculdade de Letras do Porto.
Mais tarde, tornou-se lugar assíduo para os estudantes e professores da Escola de Belas Artes do Porto."
Passaram-se
os anos, alteraram-se os gostos e deu-se o início de uma fase de
declínio. A partir dos anos 60 e até aos primeiros anos da década de
80, o café degradou-se quase irremediavelmente. A 31 de Agosto de 1981
é decretado "imóvel de interesse público" e "património cultural". Em
1984 passou para a actual gerência, tendo fechado para restauro em
Setembro de 1992. Reabriu em 15 de Julho de 1994, mantendo o seu
traçado original em Arte Nova e exibindo o esplendor de outros tempos.
Na cave surge uma galeria de arte. O piano completa a magia deste
espaço, e ao som de uma música de fundo viajamos no tempo e regressamos
à "Belle Époque". O Majestic tem hoje uma clientela heterogénea, que
vai dos habituées, testemunhas dos dias em que só se entrava de fato e
gravata, aos turistas, de curiosidade aguçada pelos guias de viagem,
passando por todos aqueles que vão adquirindo o costume de viver o café
como ponto de encontro privilegiado de lazer e cultura."