Diário de uma mulher

"Sim, você me fez quem sou pelas palavras que disse..." Ela pensava nessa frase e como poderia ter muitos significados, mais, talvez ela estivesse incompleta. "Sim, você me fez quem sou por suas ações e palavras.", assim seria melhor.

O que ela era agora, não era apenas reflexo do que os outros haviam feito e dito, mas uma complexa interação de seus próprios desejos e do preconceito, amor e ódio de outros.

A necessidade de ficar sozinha, caminhar sem destino pela rua, não ter que dar satisfação de seus atos a ninguém. O imenso prazer que tinha em sua própria companhia e a entrega ao sentimentos sem barreiras, num pulo insano no espaço sem rede... Essa era ela.

Desenvolvera um gosto apurado pelo conhecimento, em todas as áreas, certamente tinha suas preferências, no entanto não se negava a aprender algo novo. Por isso, seus gostos iam de esporte à ciência, arte à moda, literatura, cinema, música... Passara por tantos campos de estudo: engenharia, administração de negócios, pedagogia, história, arqueologia, computação e por aí afora, em teoria e pratica, livros e campo... Talvez fosse esse estilo que a tivesse tornado uma escritora de palavras simples... havia dentro dela a recusa em complicar o que era simples, mais ainda, em complicar o que era complicado.. Para quê? O importante era fazer as pessoas refletirem.. e a reflexão é consequência do entendimento... Entendimento só ocorre através da compreensão.. desta forma..

Sim, ela era esse delicioso misto de segurança e insegurança, medo e coragem. Aventureira da vida, que preenchia os espaço com viagens, música, livros, pessoas.. e claro, amor... Com esse sentimento ela ficara cara a cara por três vezes: na primeira, ele terminara em um "dead end", esvaindo pelo ralo e deixando no lugar a indiferença. Na segunda, fora profundo e fizera com que ela desejasse a morte, superada com a certeza que tinha de nunca esquecer o calor que aquele amor havia trazido... A terceira vez era agora, hoje, mais uma vez estava metida naquelas confusões que o amor traz... Amor... Ela sorria sempre quando pensava ou pronunciava essa palavra, as pessoas sabiam tão pouco sobre ele...

O que elas pensavam? Em beijos e abraços.. Flores, chocolates, anéis... Casamento... rotina... família.. Não, isso não era amor para ela, poderia ser o resultado de um relacionamento, até mesmo o desejo de quem amava.. mas não amor.. Podia se ter tudo isso sem que o amor estivesse ali.. sabia bem disso..

Amor para ela era liberdade... amar sem rotina, sem esperar nada em troca, sem desejar nada além da felicidade do outro. Era o que ela mais amava nele, o sorriso e os olhos especulativos.. O óculos que escondiam o rosto e o jeito que cortava o cabelo.. Gostava da mente ágil, que acompanhava os enigmas dela, da capacidade que ele tinha de compreender seus objetivos escondidos em simples palavras. Palavras que ele chamava de "longas e doces"... Ele... o amor pela terceira vez, ela queria tanto que fosse a última...

(Diário de uma Mulher)


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