Comecemos pelo cenário político-partidário nas eleições macaenses, ontem e hoje. Ontem, quando erroneamente foi considerada pequena Cuba ou Moscouzinha, Macaé tinha como partido político local mais representativo da classe operária - o motor da História por mover o mundo - um Partido Comunista (PC). Ocorre, no mundo inteiro o PC praticava a política stalinista, ou seja, imposta a ferro e fogo pelo despótico secretário geral do PC russo Josef Stalin (1879-1953) de abrir mão da independência de classe, para apoiar um burguês “bom”. Como exemplo disso, em Macaé, o PC – na clandestinidade ou não - jamais cogitou ter ou apoiar uma candidatura representativa do povo trabalhador.
Com a fundação em 1980 do PT, um partido político de trabalhadores, de massas e de militantes. Ou seja, um partido político operário independente, no Brasil e, por conseguinte, em Macaé o povo trabalhador passou a ter o seu partido político e, nas eleições as suas candidaturas. Assim ocorreu em termos locais nas eleições de 1982, 1988 e 1992. Porém, equivocadamente a partir das eleições municipais de 1996, o PT passou praticar a mencionada política stalinista de abrir mão da independência de classe, para apoiar um burguês “bom” ou um pequeno-burguês. Essa equivocada política foi imposta nacionalmente ao PT a partir de 1987 sob o apelido de política da acumulação de forças, ou política democrático-popular ou ainda política de frentes populares.
Em outras palavras, essa equivocada política surgiu no 5º Encontro Nacional do PT em 1987, sendo aprovada através da citada tese da acumulação de forças de autoria de Zé Dirceu e co-liderada por Lula, então respectivamente secretário geral e presidente nacional petistas. Essa política de vezo stalinista não só levou Lula à presidência da República duas vezes, como sob o apelido de governo de coalizão, isto é, de governar junto e mais para a burguesia que para o povo trabalhador, tem prosseguimento no governo da presidenta Dilma. Tão logo Lula tomou posse na presidência no ano de 2003, em Macaé além do mau exemplo dado pela quase totalidade de sua direção com a equivocada política de vezo stalinista a partir de 1996, o PT passou a sofrer infiltrações burguesas.
Tais infiltrações se imiscuíram à quase totalidade dos dirigentes petistas macaenses e espelhando-se na apelidada coalizão do PT no governo federal, a partir de 2007 passou a se locupletar com cargo no governo da burguesa oligarquia local de 35 anos. Esse fisiologismo se tornou oficial a partir da eleição de 2008 uma vez que o PT chegou ao cargo de vice-prefeita. Nessa eleição, a autoproclamada “esquerda” petista fez campanha para o então candidato a prefeito e arrependido aliado da burguesa oligarquia local, o pequeno-aburguesado médico doutor Aluizio (PV). Que, por ter quase vencido a eleição, se tornou a bola da vez na eleição de prefeito de 2012. A prévia disso ocorreu na eleição de 2010 quando ele se elegeu deputado federal com maciça votação.
Desde então, esse seu considerado favoritismo tem mantido-se como tal. A ponto de ele ter apresentado na Câmara dos Deputados um projeto de lei taxando grandes fortunas em escalas para aplicar os recursos disso no setor público de saúde. Quer dizer, embora seja um licenciado médico-executivo do setor privado o parlamentar verde se propõe a taxar a classe social com qual ele se identifica. Tudo avalizado por seu favoritismo de se tornar prefeito de Macaé a partir de 2013. Como a burguesia tem consciência de que não dispõe mais de nenhum oligarca para manter os anéis do fisiologismo, do empreguismo nepotista e da corrupção na prefeitura de Macaé. Ela buscará preservar o dedo na dominação de classe através dessa pré-candidatura ou outra. A seguir.
“Vou mudar os rumos da política de Macaé” diz doutor Aluizio.
Ao afirmar isso o pré-candidato a prefeito macaense o deputado federal doutor Aluizio (PV-RJ) reagiu ao ataque desferido recentemente por seus detratores ao espalhar o boato de que ele estaria inelegível por ter sofrido multa do Tribunal de Contas do Estado quando foi gestor na Fundação Municipal Hospitalar de Macaé. O significado desta frase cunhada pelo parlamentar verde é o seguinte: Se porventura ele eleger-se prefeito macaense, sua gestão – diferentemente de sua ex-aliada oligarquia local – não será baseada em fisiologismo, empreguismo nepotista e corrupção. O que nada mais nada menos é a obrigação política, ética e moral de todo homem ou toda mulher em qualquer cargo público, eletivo ou não.
O mesmo se aplica às demais postulações de pré-candidatos ou pré-candidata a prefeito ou prefeita entre aqueles e aquelas existentes no quadro político-eleitoral macaense, a saber: Ainda que improvável, por tratar-se da já citada infiltração burguesa no PT, a da vice-prefeita Marilena Garcia. Aliás, ela, caracteristicamente enquanto liderança maior da numerosa ala fisiológica petista estaria negociando os cargos em comum acordo com a autoproclamada “esquerda” do PT em uma hipotética e consensual coligação político-partidária em torno da pré-candidatura a prefeito do deputado federal verde doutor Aluizio. Este estaria articulando para ter alguém do PT na dobradinha com ele.
Já no populista PDT as cogitadas opções de pré-candidatura a prefeito são a do aburguesado e oligarca vereador Carlos Emir Mussi Júnior ou a do empresário Darlan Simões Pinheiro. Na extrema direita dos espectros político, ideológico, partidário e eleitoral macaense situam-se três cogitadas pré-candidaturas a prefeito, a do presidente da mesa diretora da Câmara Municipal o vereador Paulo Antunes (PMDB), a do pastor Nilson Mendonça (DEM) e a do burguesão-oligarca o ex-deputado federal tucano e ex-prefeito local três vezes Sylvio Lopes Teixeira. As demais pré-candidaturas cogitadas estão situadas ao centro-direita do citado espectro e são a do Secretário Estadual de Agricultura e deputado estadual licenciado Christino Áureo (PSD), do Secretário municipal de Governo André Braga (PMDB) e a do radialista-empresário Zezé Abreu (PPS).
*jornalista – militante da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) a Esquerda Marxista (EM-PT) corrente intra PT onde integra o diretório municipal em Macaé.