“A vida é uma bênção maravilhosa. Sejamos dignos dela, trabalhando com amor, respeitando as pessoas, os animais e o meio ambiente”.
Por: Norma Blum
Recém-saída da novela global “Insensato Coração”, escrita por Gilberto Braga, a atriz Norma Blum que nos anos 70 encantava a telinha com seu carisma e beleza como as heroínas das novelas das seis, atualmente retorna na reprise de Pícara Sonhadora nas tardes do SBT e acaba de gravar a inédita série “As Brasileiras”, com o episódio “A Culpada de BH”, uma produção de Daniel Filho para a nova programação da Rede Globo em 2012.
A presença de Norma para a classe artística brasileira é extremamente fundamental. Uma grande atriz que faz parte da história da TV no pais. Trabalhou na TV Tupi desde os doze anos, onde além de dar aulas de inglês, passou a integrar o quadro fixo de atores da emissora tendo participado da maioria dos programas da época, inclusive de novelas. Passou pela TV Excelsior, TV Rio e TV Continental. Em 1964 foi convidada a participar do elenco de estreia da Rede Globo. No decorrer de sua carreira, além de escrever livros, participar de várias peças de teatro e filmes, foram diversos os programas e especiais no qual integrou.
Já consagrada, e contratada da TV Globo, foi para as telenovelas. Entre elas, “Senhora” de 1975, quando interpretou a Aurélia. Foi a Suzana de “Vejo a Lua no Céu” de 1976 e em seguida a Malvina de “Escrava Isaura” de 1976. Depois das heroínas das novelas das seis, interpretou a terrível vilã Frau Herta de “Ciranda de Pedra” de 1981. Esteve ainda na primeira versão de Sinhá Moça e Bambolê, dentre muitas outras.
Norma continua sendo uma presença marcante e importante para a classe, uma vez que desde criança já despontava com a veia artística. Esteve em “Ilusões Perdidas” de 1965, a primeira novela diária da TV Globo e até hoje continua nos encantando com seu charme e carisma.
NORMA BLUM
Entrevista: Marcelo Rissato
Jornalista – Mtb: 64479/SP
Revista da Cidade – Arapongas PR.
Entrevista:
Marcelo: Fale um pouco sobre você. Quem é a Norma Blum?
Norma: Uma pessoa que adora animais e plantas. Devoro livros e cultivo amigos. Amo meus filhos e netos. Sou perfeccionista no trabalho e bastante workaholic. Adoro desafios.
Marcelo: Onde você nasceu e qual a sua descendência?
Norma: Nasci no Rio de Janeiro, de pais austríacos.
Marcelo: Você fez vários trabalhos na TV. Se destacou como as mocinhas das novelas das seis nos anos 70. Como iniciou sua carreira?
Norma: Iniciei na TV Tupi do Rio no programa “Aulas de Inglês” do Prof. Robert Blum, meu pai. Jacy Campos que produzia um programa chamado “Câmera Um” me descobriu e me lançou como atriz aos meus quatorze anos.
Marcelo: A Escrava Isaura foi uma das novelas mais vendidas para o mundo. O que significou essa novela para você?
Norma: A novela foi sucesso no Brasil e em 187 países, sendo reprisada até hoje em alguns deles. Foi meu lançamento internacional. Malvina, nome do meu personagem, me possibilitou um belo trabalho como atriz, lembrado até hoje pelos fãs.
Marcelo: Na nova versão da Escrava Isaura da Rede Record em 2004, você fez a Dona Gertrudes, a mãe do Leôncio. A repercussão foi a mesma da versão da Globo?
Norma: A novela fez muito sucesso de audiência e deu o pontapé inicial para o reingresso da Record na dramaturgia.
Marcelo: Em se tratando de personagens, a Frau Herta de Ciranda de Pedra (1982) foi uma das vilãs mais importantes da televisão brasileira. Como foi interpretar uma mulher tão forte e má, depois de ter feito as inesquecíveis heroínas nas novelas anteriores?
Norma: Uma vilã sempre representa um desafio para a atriz. Mexe muito com o nosso emocional de maneira diferente do personagem da heroína. Adorei fazer esse papel.
Marcelo: Confesso que para mim a Frau Herta ficou marcada como uma das mais importantes vilãs da televisão brasileira e eu me tornei fã dela.
Marcelo: Você atuou também no teatro e no cinema?
Norma: Sim, fiz inúmeros filmes e trabalhei bastante no teatro.
Marcelo: De todos os seus trabalhos, qual o que você destacaria? Pode falar sobre ele?
Norma: Não costumo destacar nenhum trabalho porque qualquer um, mesmo pequeno, para mim é sagrado. Mas no teatro posso citar Electra de Sófocles, dirigida por Antonio Abujamra e A Cinderela do Petróleo, de autoria e direção de João Bethencout. Além de longas temporadas pelo Brasil com peças espíritas. Na tevê eu destacaria Senhora, Vejo a Lua no Céu, Ciranda de Pedra, Celebridade. No cinema fiz duas comédias com Dercy Gonçalves. Ganhei o prêmio de melhor atriz coadjuvante com O Beijo, direção de Flávio Tambellini.
Marcelo: Seu último trabalho na TV foi na novela Insensato Coração do Gilberto Braga. Como é sua relação com esse autor?
Norma: Tenho uma longa história de admiração e amor por Gilberto Braga, autor da maioria dos meus grandes sucessos na Globo.
Marcelo: Você acabou de gravar um episódio para a série “As Brasileiras” da Rede Globo. Fale um pouco dessa nova experiência.
Norma: Foi deslumbrante. Tive a oportunidade de me esbaldar fazendo comédia, tipo de trabalho que adoro mas não estava sendo escalada para representar. O episódio foi A Culpada de BH, direção de Tizuka Yamasaki.
Marcelo: Norma, mudando um pouco de assunto, você passou uma época de sua vida morando no Paraná. Como foi isso?
Norma: Quando eu tinha nove anos meu pai foi contratado para dar aulas de inglês para os filhos de um fazendeiro de Rolândia. Ficamos três meses hospedados na fazenda de café e gado. Uma experiência deliciosa e inesquecível.
Marcelo: Você já escreveu vários livros. Seu último lançamento foi a Coleção Aplauso – Perfil. Do que se trata esse livro?
Norma: Chama-se Muitas Vidas – Vida e Carreira de Norma Blum. É minha autobiografia, contando minha vida e cinquenta e oito anos de carreira.
Marcelo: Qual a sua maior aspiração hoje?
Norma: Ser escalada para um personagem cômico em uma novela. Voltar a fazer cinema, uma das minhas linguagens favoritas. Não sou escalada para um filme há duas décadas, para minha grande tristeza.
Marcelo: Norma, agradeço pela atenção e carinho. Antes de qualquer coisa sou seu fã e admirador incondicional. Você é um mito para ser aplaudido de pé, por mim e por toda a nação brasileira. Desejo-lhe grande sucesso, hoje e sempre.
Jogo rápido
- Uma palavra: Perdão
- Um sonho: Cinema
- Família: Fundamental
- O que mais quero: Trabalhar sempre
- O que não quero: Ser medíocre no que faço
- O que mais gosto em mim: Minha tenacidade e persistência
- Não gosto de: Gente falsa
- Alegria: Estar em família
- Tristeza: A violência do mundo
- Uma atriz: Fernanda Montenegro
- Um ator: Osmar Prado