Sobre a "legitimidade" e a "coerência" da mencionada faixa, a opinião pública não ignora as "honradíssimas e nada milionárias" relações do desgovernador com empreiteiras. O alcaide macaense, sua vice e o presidente da Comissão de "Ética, Moral e Bons Costumes" da Câmara Municipal de Macaé são réus condenados por improbidade administrativa. Além disso, o alcaide recebe a "honraria de mérito" presidindo a Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (OMPETRO). Já os 11 edis governistas têm a presidir-lhes um "honradíssimo" colega que desde 1993 aufere uma grana preta de aluguéis (salas de um prédio com três andares mais cobertura) onde, por sinal, funcionam os gabinetes parlamentares.
Tal edil, um burguesão, direitista e prepotente teve destacada na imprensa local de sua classe social esta frase "Temos que defender as nossas riquezas (sic) geradas pelo petróleo". Já o edil que quis cassar o mandato do único colega petista coerente (oposicionista, digno) ignorando o valor capital dos royalties, disse "O lado social é o mais impactado (sic) pela movimentação do petróleo". Por sua vez, sendo um burguês fisiológico e infiltrado no PT o único edil petista governista soltou esta perola "Somos a capital do petróleo (...). Nós temos o direito de receber esses recursos (...)". Qualquer diretor de programa humorístico redigiria um texto dizendo o seguinte "Tá tudo dominado, fala sério".
Em outras palavras, é evidente que a milionária questão dos royalties do petróleo tem do ponto vista dos interesses do povo trabalhador importância essencial e imprescindível. Para o povo trabalhador fluminense e especificamente de Macaé são centrais junto com o direito à indenização representada pelos milionários royalties do petróleo estas indissociáveis e preliminares questões: Uma vez que a sociedade é dividida em classes sociais, qual terá atendida como prioridade absoluta suas necessidades, anseios e reivindicações? Os milionários gastos públicos serão transparentes o suficiente para o controle do povo trabalhador? Enfim, são preliminares para a massiva participação do povo trabalhador.
Haja vista, são os próprios "representantes" do povo trabalhador nos Poderes Executivo e Legislativo que anda sentido falta do calor da massa desta classe social não representada em tais poderes públicos. Afinal, o massivo ato do dia 10 de novembro no Rio de Janeiro somente foi possível devido ao caráter chapa-branca.
*jornalista.