O significado de 20 de Novembro para os movimentos negros racialistas e para o MNS

Para a quase totalidade dos movimentos negros existentes no país, seja que hipocritamente proclama combater o racismo ou que pratica multiculturalismo, a data de 20 de Novembro (Dia Nacional da Consciência Negra) é caô ante os significados na História do Brasil da República Livre e Popular de Palmares (RLPP) e de seu comandante máximo Zumbi. Esses dois tipos de movimentos negros se baseiam na ideologia e ou crença fundamentalistas da existência de ‘raças' entre a espécie humana, o racialismo ou fundamentalismo étnico-racial. Assim, tal nefasto fundamento os levam a não compreenderem os verdadeiros significados históricos da RLPP e do maior herói negro brasileiro, Zumbi.
Em 1º lugar, a RLPP é exemplo de união para todos os oprimidos e as oprimidas (as negras e os negros escravizados, indígenas e brancos opositores do escravismo) que durou um século. Ou seja, notadamente sob o comando de Zumbi a RLPP resistiu heróica e republicanamente ao monárquico, colonizador, negro-escravista e imperial regime imposto pela Coroa Portuguesa. Em outras palavras, a RLPP resistiu entre os séculos XVI e final do XVII, mais precisamente 20 de novembro de 1695 quando o negro ex-escravizado erroneamente chamado de mulato Antônio Soares delatou ao mercenário bancado a peso de ouro pela Coroa Portuguesa o apelidado bandeirante Domingos Jorge Velho, que assassinou Zumbi.
Apesar de anterior a "Proletários uni-vos" o brado tornado célebre pelos filósofos Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), o exemplo de união dos oprimidos na RLPP tem esse significado. Ainda que o modo de produção na RLPP não tenha sido o ensinado por Marx e Engels, pois, é de quase dois séculos depois. E mesmo que o seu comandante máximo Zumbi tivesse escravos. Nada disso tira o exemplo de união dos oprimidos deixados pela RLPP e por Zumbi. Haja vista, foi o mais brilhante seguidor do legado Marx & Engels, o revolucionário russo Leon Trotsky (1879-1940) quem preconizou como especificidade da luta de classes, a dos negros contra o colonialismo e o racismo em África e diáspora, na obra "Nacionalismo negro".
Mesmo que a Literatura não o registre como tal, o maior herói negro mundial o mártir internacional da Consciência Negra, o sindicalista e líder socialista sul-africano Stephen-Steve Bantu Biko (1946-1946) bebeu nas fontes de Marx, Engels e Trotsky para cunhar a frase "Racismo e capitalismo são os dois lados de uma mesma moeda". A frase é o slogan do brasileiro Movimento Negro Socialista (MNS) organização dirigida por negros e por negras, também integrada por pessoas não negras, anti-racistas e anti-racialistas. Não fosse, o MNS, célula da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) a Esquerda Marxista organização de inspiração bolchevique-palmarina enquanto corrente interna petista.
Por isso, não é surpresa em relação ao Dia Nacional no Brasil da Consciência Negra, que a quase totalidade dos movimentos negros existentes no país adepta do racialismo fuja como o diabo foge da cruz, do exemplo de união dos oprimidos deixada pela RLPP e por Zumbi, assim como da frase ensinada por Biko "racismo e capitalismo são os dois lados de uma mesma moeda". Essa quase totalidade dos movimentos negros baseia-se na doutrina do jurisfilósofo estadunidense burguês e branco John Rawls (1921-2002) das ações afirmativas (AAs) um gênero de políticas públicas e ou privadas que objetivam ‘humanizar' o capitalismo e o racismo através de leis específicas como a de cotas ‘raciais'.
Assim, essa quase totalidade de movimentos negros age hipocritamente quando diz combater o racismo ao apoiar nefastas legislações ‘raciais' como a Lei 12.288/2010 apelidada como Estatuto da Igualdade ‘Racial' e a de cotas universitárias ‘raciais' para negros e indígenas uma vez que ambas têm suas inconstitucionalidades argüidas no Supremo Tribunal Federal (STF). Da mesma forma, com as exceções próprias da regra, pipoca país afora eventos alusivos a 20 de Novembro meramente multiculturalistas que são bancadas a peso de ouro por órgãos governamentais e ou não raros por empresas privadas nacionais e multinacionais. A seguir as alternativas, ou seja, as reivindicações do MNS.
Tudo relacionado à Saúde inclusa a epidemia social de anemia falciforme como público, gratuito e com excelência na qualidade para todos e todas. Idem em relação à Educação (bibliotecas, creches, universidades e escolas inclusas as técnicas profissionalizantes) sendo que a aplicação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 respectivamente Cultura Afro-Brasileira e Indígena no Ensino Médio e Fundamental os cursos para capacitação dos professores têm que ser ministrados por graduados pertencentes a todas as correntes do pensamento didático-pedagógico. Reforma Agrária já com o imediato assentamento de 350 mil famílias de Sem-terras acrescida as titulações às remanescentes em quilombos.
Lei 7.716/1989 (Caó) complementada por uma legislação que obrigue as delegacias da Polícia Civil e da Polícia Federal a se infra-estruturarem de setor especializado no registro do boletim ocorrência (BO) com no mínimo advogado, antropólogo e sociólogo. O mesmo em relação ao Ministério Público (MP) a quem cabe impetrar a ação judicial que tem que ser acompanhada por um setor similar do ministério da Justiça e entidades anti-racistas da sociedade civil. Fim da MINUSTAH da ONU, no Haiti, com o imediato retorno a seus países de origem das tropas de ocupação militar a começar pela brasileira que as comandam, liberdade ao jornalista e militante anti-racista o negro estadunidense Mumia Abul Jamal e Tribunal Mundial Autônomo para julgar e punir exemplarmente crimes de lesa humanidade como estupros coletivos no Haiti e genocídios em diferentes países e regiões de África.

*jornalista - é militante do MNS onde integra a coordenação nacional.
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