Assim, no dia 18 de agosto passado, isto é, uma semana após a data (11 de agosto) alusiva à categoria dos advogados, a presidente da OAB-Macaé apareceu na imprensa para dizer "A classe (sic) está considerando um sucesso o serviço de transporte regular exclusivo para advogados que passou a ser prestado pela 15ª subseção da OAB-RJ". De acordo com a advogada, o serviço é gratuito, necessitando apenas da apresentação da carteira da OAB por parte de qualquer colega ou estudante de direito, desde que estes já a possua provisoriamente. Ainda segundo a presidente da OAB-Macaé, devido à distância do Fórum e a escassez de transporte público, esse sistema que é feito através uma van se faz necessário.
"Todos sabem da dificuldade de utilizar ônibus em Macaé. Às vezes os passageiros ficam esperando cerca de uma hora no ponto. Então, vamos implementar esse sistema de transporte regular para os advogados, com uma van que vai levar e trazer os advogados que precisam ir a esta parte da cidade"; afirmou. A advogada Andréa Meirelles afirmou também que todos os que têm utilizado o serviço o tem elogiado, uma vez que isso se trata de antiga reivindicação da classe (sic). A presidente da OAB-Macaé disse que esse transporte é bancado pela Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro (CAARJ) cujo presidente, o advogado Felipe Santa Cruz se prontificou a atender a reivindicação dos colegas de Macaé.
Elitismo dos advogados em Macaé tem como causa o histórico corporativismo da categoria no mundo inteiro.
No mundo inteiro, historicamente a categoria dos advogados tem perfil sociológico identificado pela prática institucional e social do espírito de corpo, o corporativismo. Isso, com as exceções próprias da regra, acabam tornando elitistas tais profissionais. Exemplos: O revolucionário russo Lênin (1870-1924) cunhou uma célebre frase cujo significado central é esse "Não confiai em advogados, mesmo os do Partido Comunista, pois, eles tanto advogam para o povo trabalhador quanto para a burguesia". Mais recentemente esteve em exibição mundial o filme "O advogado do diabo". Isso, não significa que no caso brasileiro, a OAB federal deixe de ter um perfil histórico de engajamento em causas populares.
No entanto, não é esse o caso da OAB-Macaé. Por exemplo, na atual diretoria a presidente se notabiliza como serviçal assessora jurídica de dirigente sindical petroleiro pelego que tenta calar judicialmente jornalista. Já o vice dela, sendo estrategicamente egresso da Procuradoria do Município, leva a OAB-Macaé a calar-se ante a qualquer questão que não sirva estritamente aos interesses corporativistas da categoria dos advogados. Exemplos: A OAB-Macaé nunca disse nada em relação à condenação por improbidade administrativa em 1ª instância do prefeito Riverton Mussi (PMDB) e da vice Marilena Garcia (PT) que os tornam inelegíveis. Nem sobre a CPI da Câmara Municipal sobre o SIT de Macaé.
Em outras palavras, a OAB-Macaé enquanto instituição da sociedade civil, ao invés de unir-se ao povo trabalhador na reivindicação por um SIT barato e de boa qualidade a despeito do indevido monopólio privado, leva a CAARJ a bancar os propósitos elitistas da categoria dos advogados em Macaé.
*jornalista.