A pedofilia é o desvio sexual caracterizado pela atração por crianças e pré-adolescentes, com os quais os portadores dão vazão ao erotismo praticando obscenidades e/ou atos libidinosos, não havendo necessariamente contato físico com as vítimas, para que se configure como prática criminosa.
A grande maioria dos casos ocorre dentro das famílias, ou com pessoas muito próximas às vítimas. Os criminosos (pedófilos), além de terem alguma intimidade com as crianças, têm influência e poder de manipulação sobre ela, o que garante que seus atos não serão delatados. Cria-se então "a lei do silêncio". Infelizmente, temos visto uma leva absurda de casos de abuso e prostituição infantil, que quando não praticados por algum familiar, são acobertados, intermediados e consentidos pelos mesmos.
Não é fácil diagnosticar esses criminosos, uma vez que não há um perfil psicológico específico. Existem alguns padrões de comportamento das vítimas, que facilitam o diagnóstico dos abusos. Neste ponto cabe a nós, termos coragem e consciência para, deixar o comodismo e a negligência de lado, e enxergarmos que este crime existe, e deve ser ferrenhamente combatido.
O que leva um adulto a desejar, violar, torturar uma criança, ainda não pode ser explicado pela ciência, só se comprovou que essa anomalia na preferência sexual, não é doença, pois os criminosos têm pleno discernimento do que é certo e errado, tanto que manipulam de maneira sórdida suas vítimas, para não revelarem seus atos. O fato é que os traumas e sequelas causadas às vítimas, são irreversíveis.
Quando uma criança é abusada, ela perde sua referência moral, têm sua autoestima destruída. Ela se sente suja e abandonada pelo mundo e isso traz consequências desastrosas em seu desenvolvimento, em sua formação, na construção do seu caráter e em sua vida, gerando também consequências diretas na sociedade.
Os primeiros indícios de abusos são: alterações bruscas no humor, depressão; tristeza profunda seguida de comportamentos agressivos; revolta; apatia; crises de pânico; distúrbios alimentares; alteração no peso e aparência; dores no estômago, vômito e diarreia, colicas intestinais, doenças venéreas, enurese e encoprese, masturbação excessiva e comportamento sexual inadequado para a idade (conhecimento demasiado sobre comportamento sexual de adultos), entre outros.
Seguidos de negligência nos estudos e evasão escolar. Principalmente em relação às crianças as dificuldades de aprendizado, regressões emocionais, psicológicas e motoras e bloqueios cognitivos são graves indícios de que a criança esta sofrendo algum tipo de violência séria.
Uma ferramenta que têm facilitado muito a ação dos pedófilos e movimentado milhões no comércio sexual de crianças, é a internet.
Existem relatos de pessoas que presenciaram, em tempo real, o estupro de crianças com idade entre três e oito anos de idade, (de ambos os sexos), em salas de bate bapo.
Dados da ONU, revelam que milhares de crianças são sequestradas anualmente, nos continentes Asiático e Africanos, e vendidas como escravas sexuais. Há uma espécie de catálogo, criados por agências especializadas neste tipo de crime, onde as crianças são exibidas e escolhidas pelos compradores. O mercado internacional da pedofilia, movimenta no mundo valores superiores, aos do tráfico de drogas, até
2006 a estimativa anual, era de 10 Bilhões de dólares, valores esses que triplicaram até o fim de 2010. De acordo com o FBI, o Brasil está entre os três países onde mais ocorrem casos de pedofilia. Nesse mercado sujo, uma foto de uma criança sendo abusa, mantendo relações sexuais com adultos ou mesmo com animais, chega a valer cerca de 100 Dólares, e um vídeo de cinco minutos, até Mil Dólares. Absurdo? Não, mundo real! E quanto menor a idade da criança, maior o valor comercial.
Um aspecto aterrorizante nessa máfia social pervertida, são as associações ativistas pró-pedofilia, que defendem que a pedofilia não é uma doença ou desvio de comportamento, mas sim uma orientação sexual, e que a sociedade deve reconhecer, aceitar e legitimar essa prática. Esses ativistas defendem vigorosamente esta prática e alegam, que assim como a homossexualidade já foi vista como doença e hoje é uma escolha, a pedofilia rotulada como crime, também se enquadra nessa posição de "preconceito" social.
No Brasil, temos a disposição da sociedade, órgãos que atuam diretamente na preservação da infância e juventude, são eles:
Conselhos Tutelares (presentes em todos os municípios); Ministérios Públicos Estaduais (presentes em todos fóruns e comarcas); Polícias:
Militar, Civil e Federal, Delegacias Especiais de Proteção à Crianças e Adolescentes. Contamos também com o Disk 100, um serviço da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos que recebe e encaminha denúncias de violências e maus tratos contra crianças e adolescentes, onde a ligação é gratuita e pode ser feita anonimamente.
Mesmo com tantas informações e campanhas de combate e prevenção aos crimes ligados a pedofilia, o que vemos é crescer diuturnamente o número de casos e escandalos envolvendo esta prática. O que confirma a importância de implantar socialmente, projetos e iniciativas de conscientização, prevenção e combate à tais práticas.
Cada vez mais, recai sobre nós, a responsabilidade de atuar incansavelmente, como pais, educadores, cidadãos de bem e agentes sociais, para que a integridade e os direito básicos, garantidos como PRIORIDADE ABSOLUTA em nossa Constituição, das crianças e adolescentes, não sejam jamais deturpados, lesados e descumpridos, por quem quer que seja.
Afinal: Criança não é brinquedo!
Sallime Chehade
Pedagoga
Graduanda em Direito
Coordenadora e palestrante em projetos educativos e de desenvolvimeto social, ligados ao combate e prevenção de violências e maus tratos contra crianças e adolescentes.