Não sofistique o simples. O parafuso e a roda já foram inventados. Faça seu trabalho com simplicidade, mas unindo esforço e qualidade. Pense que as obras-primas surgem no instante em que há a união do capricho e do desprendimento físico.
Você, como líder de equipe, ao designar um trabalho novo a um funcionário, que ele nunca executou, é importante, antes, orientar detalhadamente as operações. E não importa se ele é novato ou experiente. Nem se o trabalho é caro, barato, rústico ou sofisticado. O serviço e o modo operacional devem ser explicados em detalhe para que o funcionário entenda e devolva-o com perfeição e no tempo aprazado. O fundamental, sempre, é a equipe seguir cronogramas, afinal a empresa tem compromissos com o prazo e bom padrão de qualidade, independente do que foi contratado. E esse fundamento começa exatamente quando o funcionário inicia a operação.
“Jogar” o trabalho nas mãos e deixar que o funcionário decifre por si as operações é uma atitude que deve ser evitada. Há bons funcionários, colaborativos, mas que só entendem um trabalho novo quando todos os parâmetros são explicados em suas minúcias. Há outros, excelentes executores, mas com dificuldade visual na interpretação de desenhos, plantas, croquis, planilhas, etc. Diante do inusitado, ao ter de executar por si próprios, podem extrapolar o tempo normal, usar ferramental inapropriado e até fazer errado.
Quando bem orientado, e ciente do que fazer, o funcionário tende a desenvolver suas ações tranquilo, confiante e dentro dos parâmetros. Além disso, sabe que na retaguarda tem apoio técnico para esclarecer dúvidas, dificuldades e imprevistos. Prestigiado, ele trabalha seguro e o ritmo da execução flui com desenvoltura.
Trabalho algum deve ser empurrado “goela abaixo”, embora o profissional esteja lá para isso e seja sua obrigação. Por que o líder não pode explicar, ser atencioso, usar um “por favor”, “obrigado”, ao solicitar um serviço? Esse tipo de trato na comunicação abre os canais do entendimento – fator acelerador de bons trabalhos. Além disso, é agradável ao executor fazer suas tarefas quando há o emanar da afabilidade, do apoio superior; ele trabalha contente e esmera-se, pois tem em mente que a qualidade de um profissional é medida, não só pela sua habilidade, mas principalmente pelo resultado final. Ressalte-se que, contrariamente, funcionário apático, relapso, que faz o trabalho “por fazer”, interessado somente no ganho financeiro, pode, ao final, gerar obras “mortas” ou fora de padrão.
É importante, sempre, ser atuante e participativo nas ações dos membros do seu time. Faça-os ver que não produz obra-prima o artista apressado, desleixado ou que mascateia o talento pela quantidade. Há que ter a combinação da boa disposição com o primor, somado ao amor e senso profissional, atributos capazes de obras notáveis. É assim que se destacam os incomuns dos comuns, as “estrelas” dos coadjuvantes, os gênios dos limpadores de pincéis: usar a inspiração, a transpiração e fazer benfeito. Toda obra-prima resultada dessa elementar simbiose.
Inácio Dantas
(do livro © “Como se tornar um líder de Alto Impacto”)
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