2010 - BALANÇO ELEITORAL - O ANÚNCIO DO APOCALIPSE

Nas últimas eleições, a mais vergonhosa da história da república, em todos os sentidos, por ignorância da maioria dos eleitores, por fanatismo induzido através da massificação publicitária, e por todos os demais truques e métodos antiéticos e imorais utilizados pelos famosos marqueteiros, sem contar com podre legislação eleitoral, a nação talvez tenha perdido a sua última chance de mudar o Brasil.
Os debates dos presidenciáveis foram deprimentes, nas perguntas e respostas surgiam os gatos escondidos com os rabos de fora, nas abordagens sobre a corrupção cínicas confissões de que elas sempre existiram e continuarão existindo, o mesmo quanto a impunidade, a hedionda situação do sistema único de saúde era minimizada pelas promessas de futuras soluções, como igualmente discursaram sobre o inferno penitenciário, sobre o colapso da previdência confundiam os eleitores elegendo como parâmetro questões como a dúvida sobre o sexo dos anjos, e valiam-se das suas fantasiosas biografias de heróis da liberdade tentando convencer os indecisos.
Pouco importa quem foi declarado vencedor das eleições. Enquanto eles defendiam o indefensável, exibindo em suas campanhas as imagens de obras primas publicitárias, a realidade social cotidiana apresentada pelo jornalismo das emissoras de televisão continuava destacando uma nação aterrorizada pela guerra urbana, arrastões, seqüestros, assaltos a bancos e shoppings, roubos e furtos de carros e de cargas, trânsito ininterrupto do tráfico de drogas e entorpecentes, nem mesmo aqueles que buscavam refúgio nos templos religiosos ou se encontravam nas salas de aulas, conseguiram fugir das balas perdidas, meninas de 13, 14 anos aumentavam as estatísticas de covardes execuções cometidas por animais drogados, milicianos e policiais corruptos associados aumentavam o terror em seus territórios, a juventude elitista contribuía transformando avenidas em pistas de corridas, alcoólatras da classe média transformavam suas máquinas voadoras jogando boliche com seres humanos servindo como pinos, centenas de brasileiros amontoados nas portas de hospitais, abandonados, aguardavam dolorosamente a hora final.

O APOCALIPSE ANUNCIADO

Em tese, pouco importa quem venceu as eleições. Uma única certeza, mais uma vez o povo perdeu.
As eleições somente interessam a classe política que continua comemorando mais uma festa da democracia, o fortalecimento do alicerce da República.
No frigir dos ovos, no fechamento das contas, na distribuição dos lucros, não existirão vencedores ou vencidos, todos continuarão participando comendo do bolo e mamando nas fartas tetas governamentais.
Todos (políticos) com raríssimas exceções estarão abrigados, protegidos, gozando dos mesmos benefícios, alguns, um pouco mais, os outros, um pouco menos.
Político é cargo vitalício e hereditário, passando de pai para filho, netos e bisnetos acompanhado com a bonificação de cargos públicos para familiares ( a chamada renda familiar por serviços prestados ao Brasil), complementado com os cartões corporativos.
Teremos também as partilhas indiretas, contratos milionários para execução de obras e serviços públicos com empresas criadas à toque de caixa pelos favorecidos, ou acesso a informações privilegiadas para uso de escritórios de consultoria e,
Instrumentos outros com aparência legal, no entanto, imorais. Basta relembrar o caso Erenice, o mensalão de Jose Dirceu.
Por falar em José Dirceu, não existe mais segredo do papel que ele irá exercer no governo. Imediatamente depois de confirmada a vitória de Dilma, Dirceu voltou à mídia, concedendo entrevistas ousadas, cabeça erguida, cheio de coragem, mandando um recado ao STF, que irá ser inocentado e restituído de todos os seus direitos e honras, daí retornando ao governo e retomando o seu poder. Dilma que o aguarde, e também, a companhia dos seus quatrocentos parceiros.
No Espírito Santo a mulher de um prefeito, ungido da santidade de Deus, Sueli Vidigal, gastou a modesta quantia de R$ 2 milhões na sua campanha a reeleição para a Câmara Federal.
O TRE não viu nada de mais, apesar dos inúmeros flagrantes da prática de crimes eleitorais, incluindo a distribuição de cestas básicas em troca de votos.
Sobre os recursos o Tribunal Eleitoral aceitou mansa e pacificamente a justificativa de doações, sem mandar investigar os doadores, a legalidade do dinheiro, a relação contratual entre esses doadores e a prefeitura do município de Serra.
A verdade que ninguém enxerga é que o Governo, como instituição Constitucional é meramente uma figura que só tem autoridade e poder no papel.
Há mais de 20 anos chamo a atenção para o fato de que no Brasil, presidente não preside; governador não governa; prefeito não administra e parlamentar não legisla.
Aliás, no mundo. Político é figura decorativa para dar legalidade aos interesses dos donos do planeta. São empregados privilegiados do poder verdadeiro.
Voltemos ao APOCALIPSE. Não há bem que sempre dure ou mal que nunca se acabe. Este é o jogo da vida. A natureza suportou ao limite extremo as agressões sofridas, agora está revidando, e não será possível prever até onde chegará essa reação.
Na política não será diferente. Dilma pisou na bola na sua primeira jogada. A convocação reservada dos companheiros que serão responsáveis pela transição. Ousou não comunicar ou convidar o vice, agora famoso como "O Satânico".
A reação não foi apenas do PMDB, agora um gato escaldado em água quente. Os demais "aliados" entraram no efeito dominó, todos, exigindo uma retratação imediata da presidenta.
A saída encontrada repete a expressão de que: a emenda ficou pior do que o soneto. As negociações do Executivo com o Congresso Nacional, até então consideradas "mamão com açúcar", azedaram. As ações da Bolsa tiveram uma alta inimaginável. Lucrou o PMDB que passa a liderar a oposição das próprias bases, tendo ainda a seu favor uma situação favorável de começar a rever posições e futuras alianças.
Impossível é elefante voar, no dicionário político essa palavra não existe.
Como compensação Dilma deixou um pepino nas mãos de Temer, a coordenação política, o papel de Chefe dos Bombeiros. Água de morro abaixo e fogo de morro acima não tem remédio que cure.
Não é preciso ser vidente para afirmar que ruiu o castelo de sonhos de mudanças combinadas e carimbadas. Agora quem puder mais vai chorar menos e o exemplo deixado aos aliados, as chamadas "forças de governo", de que agora são zeros a esquerda, antes mesmo da posse, terá efeitos catastróficos.
Roberto Jeferson é um exemplo que não mais poderá ser esquecido pela presidenta. Não duvido que já nasceram diversos clones do ex-delator, que agora ficaram na moita, procurando munição para disparar na hora certa.
Os próximos quatro anos serão de total e permanente instabilidade e de aumento crescente de governistas insatisfeitos.
Neste momento Lula deverá estar pensando: Nunca na história desse País nós (PT e Cia) estivemos tão próximos de cair da escada.

NUNCA PENSEI NO QUE DIZER PARA NÃO ESCONDER O QUE PENSAVA, NUNCA ME ACOVARDOU A EXPECTATIVA DAS RETALIAÇÕES, NUNCA FUGI DAS MINHAS OBRIGAÇÕES DE CIDADÃO, NUNCA RENUNCIEI AOS MEUS DIREITOS.

Quando afirmo que as últimas eleições deram aos brasileiros a oportunidade de retomar sua autoridade de eleger um governo do povo, para o povo, e pelo povo, falo em ter elegido MARINA SILVA.
Não estou acreditando que aconteceriam milagres, porém, a nação teria erguido um muro de defesa contra o aumento das desgraças sociais resultantes dos crimes planejados e executados pelas diversas quadrilhas políticas que exercem em caráter vitalício e hereditário a gestão daquilo que deveria ser patrimônio publico.
Aos 70 anos, preso político aos 14, acusado de comunista por participar dos protestos contra o mentiroso anúncio do suicídio do presidente Vargas, quando conheci os métodos de interrogatório das forças de repressão, não me arrependo da minha existência, e de tê-la dedicado a uma verdadeira luta pela liberdade, igualdade e justiça.
Já disse, não sou vidente, contudo, a experiência trazem a certeza de que aqui iniciamos uma nova história política, que não será escrita dentro dos protegidos gabinetes dos palácios governamentais. O povo ajudará a escrever essa nova história, nas ruas.
QUEM VIVER VERÁ.
Paulo R. Carneiro
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