A formação acadêmica que mais se repete entre os Presidente é de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (Direito). Dos 34 Presidentes que comandaram o país, vinte fizeram a graduação em Direito. É o caso de Arthur Bernardes (1922-1926). Em segundo lugar aparecem os militares. São nove. Para encerrar, Juscelino Kubitschek era médico, Fernando Collor, jornalista e economista, Itamar Franco, engenheiro e Fernando Henrique Cardoso, sociólogo.
Dezesseis dos 34 Presidentes foram eleitos pelo voto direto. Nove deles durante a República Velha, período de 1889 a 1930. Época em que apenas 3% dos eleitores votavam e o sistema era repleto de fraudes. Depois da II Guerra Mundial (1945), somente três Presidentes eleitos pelo voto direto terminaram seus mandatos: Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e Juscelino Kubitschek (1956-1961) e Fernando Henrique Cardoso é o terceiro (1995-1999) e Luiz Inácio Lula da Silva.
Ninguém ficou tanto tempo no poder quanto Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954). Somando seus dois períodos no governo, foram dezoito anos e sete meses no Palácio do Catete. A lei já previu mandatos de seis, cinco e quatro anos, como o sistema atual. João Figueiredo (1979-1985), o único a ter um mandato de seis anos, é o vice-campeão em permanência no governo. Fernando Henrique Cardoso, ao terminar o seu segundo mandato, em 2002, o superou.
A República nasceu com um movimento militar comandado pelo marechal Deodoro da Fonseca e terminou em 1985 no governo de João Figueiredo, com nove intervenções militares. Seis Presidentes foram afastados do governo ou impedidos de assumir em conseqüências delas, como Washington Luiz em 1930. João Goulart, deposto pela revolução de 1964.
Em sete ocasiões, os vice-Presidentes foram acionados para assumir o cargo no impedimento do titular. Floriano Peixoto (1891) foi chamado para completar o mandato do marechal Deodoro da Fonseca, portanto, o primeiro e também a primeira renúncia no período republicano. José Sarney (1985-1990) foi o único vice a cumprir integralmente o mandato de cinco anos em substituição a Tancredo Neves (Presidente eleito pelo Colégio Eleitoral e não empossado na Presidência da República, Sarney é empossado para manter o processo de transição política no país).
Dos Presidentes que tomaram posse, em média aos 56 anos de idade, o mais jovem foi Fernando Collor (1990-1992), que tinha 40 anos ao tomar posse na Presidência da República. Entre os mais velhos: Nereu Ramos (1955-1956), Getúlio Vargas (1951-1954) e Ernesto Geisel (1974-1979) chegaram ao poder com 67 anos. Com a reeleição, Fernando Henrique Cardoso, nascido em 1931, entrará para a história nesse clube recordista.
Minas Gerais é o Estado que mais fez Presidentes. Foram oito, entre eles, Wenceslau Braz. Rio Grande do Sul, com seis e Rio de Janeiro, com cinco. Levando em consideração o local de nascimento de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, o primeiro radicado em Alagoas e o segundo em São Paulo, embora nascidos no Rio de Janeiro.
Durante a vigência da política do café-com-leite, na República Velha, em que se alternavam no poder paulistas e mineiros, cinco Presidentes foram eleitos sem disputar com ninguém. Eles eram candidatos únicos. Prudente de Moraes (1894-1898), o primeiro civil a chegar à Presidência da República, concorreu sem adversários e obteve mais de 80% dos votos.
Dos 34 Presidentes que o País teve, dez não completaram o mandato. O marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891) e Jânio Quadros "forças terríveis" (1961) renunciaram. Affonso Penna, Getúlio Vargas "forças ocultas" e Costa e Silva morreram. Quatro foram depostos por golpes e Fernando Collor "forças daltônicas" sofreu impeachment. Alguns foram eleitos, mas não assumiram como Tancredo Neves.
Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva são os primeiros Presidentes a serem reeleitos, dois mandatos sucessivos. Antes deles, Rodrigues Alves (1902-1906) ganhou uma segunda eleição, em 1918. Morreu antes de tomar posse. Getúlio Vargas, que chegou à presidência em 1930 no comando do golpe de estado que afastou Washington Luiz (1926-1930), voltou à presidência pelo voto direto em 1951.
O Presidente interino mais importante do País foi o paulista Ranieri Mazzilli, Presidente da Câmara em época turbulenta. Ele assumiu a Presidência interinamente quando Jânio Quadros renunciou, em 1961 e após o golpe de 1964, que derrubou João Goulart e depois entregou o cargo ao marechal Castello Branco.
(*) é professor universitário, jornalista e escritor