Nos 1ºs anos de existência a agora extinta CORAFRO funcionou como tal para uma concursada intelectual negra enquanto servidora pública municipal advinda do movimento negro carioca, que por isto se radicou em Macaé. Por um lado, tal intelectual negra se revelou uma fiel escudeira dos mukalas (brancos) e burgueses governantes da mencionada oligarquia local. Por outro lado, ela também se revelou vaidosa e gastadeira, reivindicando sempre eventos culturalísticos de natureza afro, sem os objetivos de conscientização anti-racista temidos pela burguesa oligarquia, porém dispendiosos para os cofres públicos. Por isto, tal intelectual negra acabou exonerada do cargo na CORAFRO, logo após a 1ª eleição em 2004 do burguês e oligarca prefeito, Riverton Mussi (PMDB).
Assim, no ano de 2005 o atual alcaide de Macaé nomeou para o cargo de encarregado da CORAFRO um intelectual negro nascido em Campos dos Goytacazes, mas, também advindo do movimento negro carioca que se radicou na ex-Princesinha do Atlântico a atual capital brasileira do petróleo. Então, tal intelectual negro se revelou ainda mais fiel escudeiro dos mukalas da burguesa oligarquia local, tanto que a CORAFRO ganhou certo status com sua regulamentação através da Câmara Municipal. No entanto, caracteristicamente o Executivo Macaense que é dominado há 33 anos por tal burguesa e racista-maldisfraçada oligarquia de mukalas prosseguiu sem alguma política efetiva anti-racista, relegando alguns negros e algumas negras à ‘senzala’ (CORAFRO).
Com o prematuro falecimento em 2009 do mencionado intelectual negro encarregado da CORAFRO, o órgão passou a ficar exposto como cabide de emprego para os poucos negros e poucas negras nele lotado. Daí, porque o alcaide de Macaé por ser mesmo mal-disfarçado racista em relação aos negros, ele acabou nem remanejando os negros e as negras para outros órgãos do funcionalismo municipal, pondo todos e todas no olho da rua. Isto é exonerando-os sem ao menos, conforme os exonerados e as exoneradas, dizem, saber o motivo (sic) das exonerações. Está claro como a luz do dia: Nem a paliativa e assistencialista política das leis ‘raciais’ do governo federal como o malfadado Estatuto da Igualdade ‘Racial’ (EIR) o governo local se dispõe a praticar, de tão burgûes, oligárquico e racista que é.
*jornalista – é militante do Movimento Negro Socialista (MNS) onde integra sua coordenação nacional, tendo sido um dos fundadores do nacional Movimento Negro Unificado (MNU), do carioca Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN) e do Movimento Macaense das Culturas Negras (MOMACUNE).