Teimosia louca , a humana, de querer estar sempre no mesmo lugar, do mesmo jeito, sempre num mesmo ciclo, relutando em se renovar.
Observo as pessoas, e a mim mesma , e não compreendo a insistência voraz de querer tudo da mesma forma, tudo no mesmo lugar, seguindo padrões muitas vezes nem pensados por nós, mas definidos por situações que não analisamos ou por sistemas nos quais não acreditamos.
Mudam as estações, e nós mudamos a roupa, a aparência. Mantemos porém, aquilo que nos estagna, que nos sufoca, que não nos faz feliz. Uniões desgastadas, sentimentos remendados, sorrisos esvaziados de luz, de alegria, de amor.
Andamos pelas mesmas estradas, percorremos os mesmos caminhos, olhamos para o mesmo lugar.
Conservamos o trabalho que não nos permite mais crescer, permitimos manter em nós dores que já não deveriam ser e amarguras e decepções, com as quais não deveríamos conviver.
Somos essências livres, capazes de fazer a diferença se assim o desejarmos. Poderíamos mudar as palavras, os sentimentos, as nossas ações.
O que nos impede e paralisa? O que não nos permite olhar em outras direções, caminhar por outras rotas e cantar novas canções?
Talvez o medo, a apatia , o comodismo.
Aprecio os que tem coragem para mudar, para deixar o lugar comum, às vezes pagando o preço de serem chamados de loucos ou coisa similar.
Mas seguindo seus ideais e vontade de acertar, de fazer a diferença para alguém ou para um lugar.
Que possamos pensar sobre isso, ousar, transformar primeiro a nós mesmos e o resto se fará.
Que mude o que não serve mais em nós, que mude a forma de ver, de sentir , de amar,
Que mude nosso pensar.
Mudam as estações, os dias, as horas e tudo mais pode mudar.
Nota da Redação:
Carla Beatriz é macaense, professora de Filosofia e amiga do Editor Milbs