Nasci na boa Música

Na minha infância, conheci grandes músicos brasileiros, dentro de minha casa. Tive o privilegio de escutar Pixinguinha, Braguinha, Lúcio Alves, Lupicínio Rodrigues, Orestes Barbosa, Edu da Gaita, Aracy de Almeida, Altamiro Carrilho, Herivelto Martins, Jony Alfe, Dick Farney, Inezita Barroso, Dilú Melo e muitos outros. Hoje minha memória falha... Bom piano, violões, cavaquinho, ótimo pandeiro e sem barulho. Havia uma linda e velha mulher que tocava prato de louça, com uma faca. Raspava a faca no prato com um ritmo impecável. Lembro-me que o prato estava quase meia lua.

Na literatura, escutei Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Quintana, Drumonnd, Ledo Ivo, Augusto Meyer, Walmir Ayala, Cassiano Ricardo e... Todos dentro de casa.

Eu era criança. Com dez anos, já sabia identificar música inspirada e a fabricada... Tanto na eletrola (depois veio a ‘vitrola’), quanto no caríssimo rádio de “ondas médias, curtas e frequências moduladas”. Tive um ótimo professor, meu pai!
Nem sei onde vou chegar, escrevendo... Continuarei...

No início deste século, em Copacabana, inda vi o Braguinha (João de Barro). Na Rua Rodolfo Dantas, lateral ao Copacabana Palace. Em cadeira de rodas, empurrada por uma mulata maravilhosa, tipo Sargentelli...  Fazia questão de parar no “Bar Macau”. Pedia uma Antártica gelada, molhava os lábios e deixava copo & garrafa cheios... Bebam em meu lugar... Ele ia aspirar ar na “Princesinha do Mar”, belíssima música de sua autoria. Voltava da praia, outra Antártica..., Molhava o beiço... E foi... Empurrado por uma linda morena, para o leito final.

Escutem “Juízo Final” e “Folhas Secas”, do Nelson Cavaquinho. Ou “As Rosas não Falam” e “O Mundo é um Moinho, do Cartola”. “As Rosas Não Falam” foi eleita a segunda melhor musica brasileira do século passado. Quanto ao “O mundo é Um Moinho” que adoro; não foi feita para um amor perdido. Ou foi... Cartola compôs esta música para sua filha de 14 anos. Quando soube que a mesma virou ‘menina de programa’. O You Tube esta ai! E completou cinco anos. E adivinhem qual foi a melhor música popular brasileira, eleita por júri eclético e popular (comandados pelo brilhante Ricardo Cravo Alvim, que doou seu casarão na Urca, para futuro museu da MPB), que continua sendo um hino, para várias gerações...? De autoria do Braguinha e Pixinguinha... “Carinhoso”! Não estudo músicas. Elas vivem dentro de mim. Sem elas, não respiro...

Sem devaneios, vou escutar Maysa. Tenho este direito que muita gente não tem! A única vez que vi meu pai chorando, foi quando ele beijava a capa da Revista Manchete, deitado em uma rede. Nesta capa, havia o lindo rosto e a morte da Maysa, sua querida amiga.

O grande João Gilberto iniciou sua carreira, na década de 50, no Clube da Chave, do meu pai, em Porto Alegre. Ele não nega e agradece muito – aos céus – por ter conhecido o poeta (premiado pela ABL), músico, jornalista (preso e torturado por “crime de opinião”.); historiador e, por excelência, boêmio Ovídio Chaves.

Luciano Moojen Chaves
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