Advogado que não exerce a profissão, o compositor Geraldo Vandré - ele é servidor público federal aposentado - infelizmente não aceitou o convite da União da Ilha do Governador para desfilar como principal destaque no desfile da agremiação. No entanto, antes do desfile durante a concentração ele foi visto fotografando os carros alegóricos. Muitos deles retrataram as mais importantes músicas de sua obra cujo valor inegavelmente tem excelência na qualidade. Dentre os mencionados carros alegóricos, conforme diz a 2ª frase do 1º refrão “Que o ‘barco da volta’ chegou pra ficar” teve como destaques os diversos intelectuais e políticos que retornaram ao Brasil no metaforizado ‘barco da volta’. Isto é após a anistia.
Com relação ao samba-enredo, ainda que não possa ser considerado como merecedor da nota máxima 10, apresentou a marca registrada de excelência na qualidade, uma vez que foi composto pelo talentoso compositor Franco em parceria com os colegas Niva e Marquinho do Banjo. O canto do samba-enredo “Pra não dizer que não falei das flores” esteve a cargo do atual 1º intérprete substituto do Salgueiro, Serginho Porto. Este, que então foi o intérprete oficial da União da Ilha, sucedeu Rhychahs um dos atuais intérpretes oficiais da Mangueira. Na gravação do CD o arranjo musical e a regência estiveram a cargo do instrumentista e maestro Alceu Maia. A bateria nota 10 foi comandada pela batuta do mestre Bira.
*jornalista – amante de Carnaval, de sambas-enredo e das agremiações é torcedor da Portela.
G.R.E.S. UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR
Samba-Enredo 2000
Pra não dizer que não falei de flores
Marquinhos do Banjo, Niva, Franco
"Vô", eu "vô" que "vô"!
"Vô" cantando em verso e prosa!
Vou abrir meu coração! (eu vô, eu vô!)
Vou me libertar no perfume desse mar, num mar de rosas!
Vou das cinzas pra folia! Minha arma é uma flor!
E vestido de alegria vou florir esta avenida pra falar de amor!
Vem! Vamos embora!
Quem faz a hora bota o "bicho" para "correr"! (bis)
Vem, vem, vem, que tá na hora!
A Ilha canta não espera acontecer!
Eu "vô" botar a boca no mundo!
Pode até me "censurá" mas a terra é do "hôme"!
Carcará é um pega, mata e come!
Quem tem fé na paz de Deus e na mão que faz a guerra!
Não vi, não sei! Se ouvi, neguei! Calei, mas resisti!
Num anjo, mãe de um querubim, nas guerrilhas do Pasquim!
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Voltei "nas águas" do refrão!
Marcha soldado! Bate tambor! Ôôô!
Que o "barco da volta" chegou pra ficar! Ai, iaiá! (bis)
Rasga no peito esse meu coração! Meu amor!
Mais do que nunca é preciso cantar! Ai, ioiô!