Aliás, o equívoco ilustrativo do sectarismo de tal ‘frente socialista’ ficou patenteado na declaração dada a um jornal da imprensa burguesa pelo professor do SEPE-Conlutas, então candidato a prefeito “O transporte municipal não pode auferir lucro excedente”. Haja vista que após a crítica que fiz essa absurda declaração feita por quem autoproclama ser um ‘socialista revolucionário’ o então candidato acabou pondo a culpa no explorado trabalhador, isto é, no jornalista do aludido jornal burguês. Tragicômica foi também a declaração do presidente municipal petista eleito no Processo de Eleições Diretas (PED) do PT em novembro passado “O prefeito de Macaé, Riverton Mussi, embora seja sobrinho da esposa do prefeito anterior, não é membro da burguesa oligarquia local”.
Isso expôs o anafabetismo político do eleito presidente municipal petista, apesar dele dizer sempre que é professor com formação em doutorado. Expõe também o fisiologismo dos filiados do PT que integram o desgoverno da oligarquia burguesa, que há longos e tenebrosos 33 anos oprime o povo trabalhador em Macaé através da prática de uma política fisiológica, populista e nepotista. Daí ser imprescindível prosseguir a luta, mais que isso, o combate pela autonomia política do povo trabalhador em Macaé, isto é, a independência de classe frente à mencionada oligarquia burguesa e também aos seus aliados de classe social que quatro em quatro anos se apresentam como burgueses ‘bons’ e ou de ‘oposição’ iludindo inclusive militantes, filiados e eleitores petistas.
A propósito, é hora do mandato petista no Legislativo Macaense, uma vez que o mesmo faz questão de proclamar (até correta e dignamente) ser oposição e não o que caracterizo como independência de classe, não basear sua prática no populista slogan “Tô vendo uma esperança”. Porque esse slogan confunde que tal “esperança” seja um aliado de classe social da burguesa oligarquia local, desses que de quatro em quatro anos se apresentam como burgueses ‘bons’ e ou como ‘oposição’. Assim, o mandato petista deve prosseguir conectado com as chamadas bases, seja da militância petista seja dos movimentos sociais que pratiquem a independência política ante ao desgoverno da oligarquia burguesa local, empresas e ONGs. Em outras palavras, o mandato deve prosseguir correto e digno como oposição.
Em relação às entidades dos movimentos sociais que falam em nome dos trabalhadores, no texto anterior mencionei as mais representativas da massa do povo trabalhador em Macaé. Além de suas óbvias limitações estatutárias ante o propósito de vir a integrarem uma FU, há uma indagação preliminar que é antiga: O que fazer? Por exemplo, a começar pela mais numerosa e mais importante em termos sindical, econômico e social que é a categoria dos petroleiros? Refiro-me a todos trabalhadores e todas trabalhadoras da área petrolífera? Inclusive outras categorias importantes como servidores públicos municipais, comerciários, advogados, professores, sem deixar de fora os estudantes; enfim a juventude, além das mulheres e os negros. Porém, isso é tema para outro texto.
*jornalista – militante da corrente intra PT, Esquerda Marxista, é membro eleito do DM petista local.