– A dissuasão quer dizer o seguinte: você tem uma arma e eu tenho uma outra. Logo, você imagina que não pode apontar sua arma para mim, porque se você apontar minha retaliação será muito forte e, portanto, o custo-benefício do seu ataque não será propício a você – explicou Figueiredo.
Distância
Ambos concordam, no entanto, que há uma distância grande entre ter a capacidade de produzir e efetivamente construir uma bomba atômica.
– Nós assinamos diversos tratados que vão nos impedir de fazer isso (produzir a bomba) abertamente. Há um preço a pagar, talvez muito alto, para querer ter uma bomba – avalia Expedito Bastos.
Além de ser signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, o Brasil expressa, em sua própria Constituição Federal, que toda atividade nuclear realizada em território nacional deverá ter fins pacíficos.
Figueiredo acredita que o Brasil é um país que vem despontando como um dos principais atores globais e, por isso, deve começar a discutir se deseja ou não integrar o grupo de nações que possuem arsenais nucleares.
– No médio prazo, o Brasil terá que discutir a questão da energia nuclear aplicada a outros fins, que não sejam pacíficos. Por que essa necessidade vai surgir? O Brasil caminha para se tornar um dos dez países mais importantes do mundo. E, na medida em que as grandes potências dispõem também deste artefato, a sociedade brasileira terá que se esclarecer a respeito da conveniência, ou não, de contar com tais armamentos – observa.