Missão

Escrita de Sylvia Plath: um derradeiro bloco sonoro, um único sopro ao limite de um grito de amor.

Num sistema em equilíbrio, torna-se evidente q os desequilíbrios só afetam as palavras, já num desequilíbrio, põe-se a vibrar, guaguejar, sem confundir-se com a fala , que sempre assume uma posição variável entre outras ou toma uma unica direção.

A lingua só se confunde com a fala quando se trata de uma fala especial, a poética, em que se efetua todo o potencial de bifurcação e de variação, de heterogênese e de modulação próprias da língua.

Os loucos são os artistas, gênios e inovadores com os quais os médicos acumulam seus luxos e reproduzem a conveniente cultura da alienação do dito "normal"  o enxergar crítico do que nos acontece rotineiramente sem nos darmos conta, pois quem tem tempo? O excesso de estímulos e informações estão ocupando o pensar por si dos jovens e não os fazem mais cultos ou inteligentes, ao contrário, o que se vê é maior pobreza de vocabulário, cultura, valores medíocres, a velocidades entranhando os objetivos das pessoas sem brechas para o instante presente. Uma imposição da era imagética, corpos vazios de sentido e, até mesmo de vitalidade comparando com poucs déc atrás. Um simulacro da máquina pelo corpo ao invés do contrário, a polêmico da modernidade anteerior. Que fazer com tudo isso? Quaid os interesses embutidos?
 
"A repressão das reações anti-sociais, em principio, é tão quimérica como inaceitável. Todos os atos individuais são anti-sociais. Os loucos são as vitimas individuais por excelência da ditadura social. E em nome dessa individualidade, que è patrimônio do homem, reclamamos a liberdade desses forçados das galés da sensibilidade, já que não se está dentro das faculdades da lei condenar à prisão a todos que pensam e trabalham. Sem insistir no caráter verdadeiramente genial das manifestações de certos loucos, na medida de nossa capacidade para avalià-las, afirmamos a legitimidade absoluta de sua concepção da realidade e de todos os atos que dela derivam.
 
Esperamos que amanha de manha, na hora da visita medica, recordem isto, quando tratarem de conversar sem dicionário com esses homens sobre os quais - reconheçam - só tem a superioridade da forca.
 
ARTAUD, Antonin. Cartas aos Poderes. Porto Alegre: Editorial Villa
Martha, 1979. (Coleção Surrealistas - Vol. 1)
 
A reconhecida influência do físico sobre o moral valoriza e recomenda o limpo. Novas exigências sensíveis rejuvenescem a civilidade; a acentuada delicadeza das elites, o desejo de manter à distância o dejeto orgânico, que lembra a animalidade, o pecado, a morte, em resumo, os cuidados de purificação aceleram o progresso. Este é estimulado igualmente pela vontade de distinguir-se do imundo zé-povinho . Normas extremamente estritas regulam a prática do banho conforme o sexo, a idade, o temperamento e a profissão
 
a necessidade de representação no espaço público a partir da preocupação com a roupa, com a aparência do corpo, com o modo de andar, de falar, de olhar. A imagem de cada um define também o lugar de cada um, ou o espaço a que cada qual pertence. Ponto de diferenciação, a imagem no espaço público e também no privado serve como forma de dar fruição ao poder e possibilita experimentar a sensação de tornar-se superior e dominar o outro, impulso esse que parece fazer parte de toda a história da humanidade.
 
Alguns escreveram ou escrevem pelos analfabetos, pelos idiotas, pelos criminosos, pelos homossexuais ou pelos animais. Outros, como eu, escrevem pelos loucos, não para eles. Isso não é pouco ou fácil. Escrever pelos humanos realizados, adaptados, vitoriosos dá dinheiro, prêmios e reconhecimento. Mas escrever pelos loucos é admitir também os defeitos deles, não um elogio ou apologia à doença mental, todavia um dar voz através do reconhecimento e apresentação dessa condição de ser tal como é. Esta é minha missão, ainda que sabendo só a idéia já ser considerada algo de delírio de grandeza ou ideal inatingível que causará ainda mais dor, despreza e incompreensão se não chegar ao mínimo necessário da meta. Os obstáculos são tudo e todos e, no entanto, é essa a minha tarefa. Não de hoje, ontem ou amanhã, sempre foi. Apenas estou atrasada. Também o masoquismo primordial, freudianamente, é outro grande obstáculo.
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