Barack Obama, pelo ineditismo de sua proposta, foi o político que mais soube se valer das convergências midiáticas possibilitadas pela internet. Agindo em tempo real, planejando cada passo e contando com uma rede de aficcionados capaz de mobilizar as redes sociais das quais participavam, Obama superou uma série de obstáculos que foram se elevando diante dele ao longo da campanha interna no Partido Democrata e posteriormente no embate contra o republicano John MaCain.
Primeiro “tomou”, no bom sentido, as mentes do eleitorado ao propor uma mudança no modo de fazer campanha. O slogan dele, “Sim, nós podemos”, exprime com grande fidelidade a personalidade dos que usam a internet para se comunicar e trocar informações em tempo real ou quase real. Um bom exemplo é o número mostrado sobre os vídeos postados oficialmente pela campanha no sítio youtube, aproximadamente 2 mil, e os vídeos postados pelos defensores de Obama: outros 150 mil. Conclui-se disso que houve muita informação a disposição do eleitor e o resultado foi o que todo o mundo viu.
Já a premissa virtual diz respeito ao crescimento exponencial de mídias como o próprio Youtube, Orkut, Facebook e Twitter, que oferecem aos seus participantes uma gama de possibilidades de interferência ilimitada. Para os especialistas, sobretudo quando analisam a crescente curva da população brasileira conectada à rede mundial, aproveitar essas oportunidades pode significar a diferença entre a vitória e a derrota eleitoral.
No entanto, é bom advertir que, como tudo na vida, um fenômeno da magnitude da internet traz embutido em seu seio o bom e o mal, o positivo e o negativo, o remédio e a droga. Cabe então a população, sobretudo ao eleitor, saber diferenciar o que é fato do que é boato, separar o que é sério do que é brincadeira, o joio do trigo. A única dificuldade é que nem sempre todos estão suficientemente esclarecidos para fazer essa diferenciação. Vamos torcer para que no Brasil esse processo nos seja leve.