Mortos-vivos ou "muito vivos"

Como bom mineiro e admirador daquele jeito matuto do interior das Gerais, estou com os antigos: não tenho medo dos mortos. Tenho é dos vivos.

Pois é. Veja você, caro leitor, que lá no vizinho Distrito Federal, pelas bandas de um tal Senado, parece que ninguém tem muito medo de fantasma também não, viu? Ao contrário. Até empregam alguns deles.

Não se sabe ao certo se são da categoria dos mortos-vivos ou dos "muito vivos". Fato é que perambulam por aqueles soturnos corredores com alguma frequência.

Não, caro leitor. Frequência aí não é sinônimo de assiduidade. Até porque essas assombrações só aparecem, quando aparecem, para buscar o salário.

É, a terra dos "muito vivos" também aderiu ao vil metal e ao papel moeda. Não só aderiu, como também não se contenta com mixórdia. As cifras ali são das mais altas.
 
E enquanto o universo paralelo do Senado, desgarrado de toda noção que se tenha de realidade, teima em produzir das suas excentricidades, eu insisto em ter mais medo dos vivos.
 
Só que, mais do que os "muito vivos", incomodam-me sobremaneira os 81 fantasmas de corpo presente (não com muita assiduidade, diga-se de passagem), encarnados e encalacrados no ambiente mais nobre daquela Casa, o tal parlamento, tão adequadamente chamado por alguns de "pra lamento".
 
Ali dá tudo que é bicho. Muito papinho, muito discurso empolado, vossa excelência pra cá, vossa "sei lá o que" pra lá... mas trabalho mesmo, produtividade, mão na massa... vixe! Essa tá em falta, viu?
 
Ou melhor (diria "ou pior"), em falta, não. Um ou outro lampejo de labuta quase sempre surge, dando um susto no resto da confraria e, mais ainda, surpreendendo os eleitores, já tão desiludidos e desesperançosos que aquilo ali ainda pegue um dia, ainda que no tranco.
 
Veja o caso do Romeu Tuma (PTB-SP), o incorrigível corregedor do Senado: na falta de algo mais proveitoso para fazer, depois de se mostrar totalmente inepto nos recentes episódios envolvendo o(s) Sarney(s), resolveu surfar outra onda. Entre as grandes motivações de seu mandato atual, consta regulamentar... a profissão de DJ. Defende diploma de curso profissionalizante, carteira profissional de habilitação, certificado e outras milongas mais, segundo informou o jornal Folha de S. Paulo no último domingo.
 
E quem está nessa nova vibe com Tuma? Claro, o nosso (nosso?!) representante de Minas Gerais no Senado, o nobre (!) Wellington Salgado (sempre ele).
 
Para começar, o famoso "Cabelo", como é chamado lá na confraria, nem é mineiro, nem foi eleito. É carioca, e entrou de gaiato, na suplência de Hélio Costa, numa dessas jabuticabadas de nossa política. Pois vejam o que ele diz sobre a tal regulamentação para DJ: "A atividade não mais comporta amadores ou aventureiros de primeira viagem". Não é brilhante o nosso (??????????) Salgado?
 
Melhor e mais proveitoso seria se ele usasse a mesma frase para analisar a atual e drástica situação da instituição onde, parasitariamente, se enfurnou. Mas aí ele ia ter que se meter na carapuça e sair de fininho. Então, vai continuar mesmo é no "deixem que digam, que pensem, que falem / deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem / EU NÃO TÔ FAZENDO NADA, VOCÊ TAMBÉM".
 
E segue a barca mal assombrada da malandragem oficial, aterrorizando princípios essenciais e estruturais da Administração Pública, como o da Eficiência, por exemplo.
 
Ora, caro leitor, ou você acha que essa turma aí, com tais currículos e/ou folhas corridas, teria alguma chance se precisasse se empregar, por exemplo, na iniciativa privada?
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