De lá para cá poucas vezes meu voto não foi para os partidos ditos de esquerda e para seus candidatos. As exceções foram o voto no Fleury no 2º turno em 1990, mas o outro candidato era o Maluf então acho que estou perdoado... Em 1994 também pratiquei o chamado voto útil e por conta disso o Mário Covas levou o meu voto também no 2º. Turno e em 1996 votei no Chico Amaral, também no 2º turno na disputa pela prefeitura de Campinas. Nos três casos teria sido melhor votar nulo...
Passados vinte e sete anos daquele 1982 convivemos com um fato inegável: o nosso congresso é uma vergonha, talvez a grande vergonha nacional, e a revelação de que o Senado Federal conta com praticamente uma centena e meia de diretorias e de que alguns dos diretores são diretores deles próprios foi a gota d’água para me fazer tomar uma decisão: não voto mais no Suplicy e tão pouco no Mercadante, muita conversa e pouca atitude, essa é a verdade. São pessoas de grande competência, mas como ensinou o filósofo Martins Aires “nas ações do homem, vemos o seu juízo e no seu discurso lhe vemos o entendimento”.
Esses dois senadores representariam o Estado de São Paulo e seriam, segundo eu imaginava, incapazes de silenciar diante de qualquer desrespeito aos princípios da moralidade, da legalidade, da impessoalidade, da publicidade e da eficiência, mas silenciaram por anos, e se quedaram inertes é porque ou são coniventes com a imoralidade ou porque são incompetentes.
Acho que a sociedade deveria renovar 90% do congresso, a Senadora Marina Silva merecia voltar (mas resolveu ser companheira do ético Zequinha Sarney).
Poucos Senadores são dignos de representar seus estados ou a população dos mesmos, se fossem não teríamos sigo pegos de surpresa com um simples manobrista da garagem do senado ganhando mais do que qualquer medico da rede pública.
Pedro Benedito Maciel Neto, 45, advogado e professor univesitário, autor do livro "Reflexões sobre o estudo do Direito" (2007), ed. Komedi.
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