O ESTADO COMO PROTAGONISTA DA ESTABILIDADE ECONÔMICA

Neste 2009 o “fim do comunismo” no leste europeu, simbolizado pela queda do Muro de Berlin, completa 20 anos. O distanciamento temporal do fato possibilita uma reflexão sobre o que aconteceu, especialmente porque vivemos um momento onde estão evidentes as contradições estruturais do capitalismo, desnudadas pela sua 1ª. crise global, momento onde o Estado volta ser protagonista e não mais vilão, como era apresentado até então pelos liberais de plantão.
Pensadores afirmavam que a sociedade soviética era uma sociedade de transição entre o capitalismo e o socialismo, mas houve quem profetizasse que havia o risco de uma contra-revolução conservadora restabelecer o capitalismo na URSS e nos paises orientados por ela se a classe trabalhadora politicamente não derrotasse a onipotência da burocracia e não implantasse uma democracia socialista. Talvez a Perestroika (do russo: Перестройка, significa reconstrução, reestruturação) foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbatchev, em 1985. A palavra perestroika, que literalmente significa reconstrução, ganhou a conotação de 'reestruturação econômica'. Gorbachev talvez cooptado pela lógica neo-liberal negou a história e a Revolução de Outubro e passou a afirmar  que a economia da União Soviética estava a falhar, que o sistema socialista, apesar de não ter de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da perestroika,  tenha significado, na prática, a contra-revolução prevista por Trotsky, afinal restabeleceu o capitalismo na URSS.
A Perestroika e a Glasnost (do Russo: гла́сность, significa transparência) foram medidas políticas implantadas juntamente com a Perestroika na URSS durante o governo de Mikhail Gorbachev. A Glasnost contribuiu em grande parte para a intensificação de um clima de instabilidade causado por agitações nacionalistas, conflitos étnicos e regionais e insatisfação econômica, sendo um dos fatores causadores da ruína da URSS., políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbatchev, em 1985 deu início ao fim do sonho da revolução de outubro de 1917, e quem reconduziu a URSS e o mundo comunista ao capitalismo foi a burocracia dos Partidos Comunistas e o distanciamento entre o Partido e a sociedade. A falta de democracia, a incapacidade de a burocracia conviver com a critica e o  com o contrário (categoria da lógica formal. As proposições são contrárias porque ambas podem ser falsas, mas não podem ser verdadeiras simultaneamente) deram início à degeneração de um Estado que poderia ter sido o parâmetro para um mundo mais justo. Aliás, os partidos de esquerda do Brasil e do mundo todo tem de fazer uma análise de suas práticas, pois os teóricos do marxismo são, em geral, muito habeis ao criticar a teoria das elites (A teoria das elites surgiu no final do século 19 tendo como fundador o filósofo e pensador político italiano, Gaetano Mosca (1858-1941). No seu livro "Elementi di Scienza Política" (1896), Mosca estabeleceu os pressupostos do elitismo ao salientar que em toda sociedade, seja ela arcaica antiga ou moderna, existe sempre uma minoria que é detentora do poder em detrimento de uma maioria que dele está privado. e sua aplicação nos estados capitalistas, mas não são igualmente diligentes no estudo do fenômeno nos paises de orientação socialista).
Nesse sentido Bobbio (“Qual Socialismo? Discussão de uma alternativa”, Bobbio, Norberto, 3. edição, ed. Paz e Terra, p. 23.) afirma que essa caracteristica da esquerda faz com que a maior produção dos teóricos socialistas sejam as criticas e análises sobre o capitalismo e sobre a sociedade burguesa, havendo, por paradoxal que seja, pouca produção intelectual critica sobre as sociedade socialistas.
A falta de debate, de participação social, de participação real sobre as constituição das instituições  e estruturas do Estado socialista comprometeu o projeto de construção de um Estado Operário, com base na democracia socialista.
Mas vivemos um momento onde é possível mostrar ao mundo também as contradições estruturais do capitalismo, desnudadas pela sua 1ª. crise global, momento onde o Estado voltou ser protagonista e não mais vilão, como era apresentado pelos liberais de plantão, basta que levemos em conta o fato de que foram os gastos estatais bilionários adotados pelo Governo de Barack Obama que frearam o ritmo de contração econômica dos EUA no segundo trimestre de 2009.
Fato que não pode ser desconsiderado e demonstra a importância da intervenção estatal na economia e a absoluta incapacidade de o mercado dar respostas eficientes em tempos de crise.

Pedro Benedito Maciel Neto, 45, advogado e professor universitário – www.macielneto.adv.br; blog: http://pedromacielneto.blogspot.com/
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