De FHC a Lula: as mazelas do Real

Nos quinzes anos transcorridos desde a implantação do Real até 2009, passaram-se pelo poder três presidentes, diferentes ideologias partidárias sob o mesmo paradigma econômico. Do liberalismo centrista dos tucanos à democracia sindical dos petistas, o consenso geral sobre a eficácia e imprescindibilidade do Plano Real, um conjunto de medidas de reajustes  fiscais , monetárias e cambiais.
Após catastróficos planos antiinflacionários, Cruzado, Verão  Collor ,  parece que enfim encontrou-se o caminho certo. A política de juros altos atraia os capitais especulativos internacionais , equilibrando  as contas nacionais, o que permitia a manutenção da paridade do real frente ao dólar. Internamente, uma política fiscal de contenção, corte nos gastos públicos e privatizações impediriam explosão da demanda.

O velho método clássico de controle inflacionário revestido com ares da modernidade neoclássica, nos ditames do Consenso de Washington, aquelas dez regras básicas de cunho neoliberal, ditadas pelo F.M.I. para os países emergentes. O melhor dos piores dos mundos na visão neoclássica: inflação baixa a custa da recessão econômica interna ;   alta de juros e aumento dos  lucros do famigerado capital financeiro.

Regras nefastas do jogo da estabilidade econômica que o Governo Lula prometeu driblar em seus compromissos de campanha. Lula elege-se ,assim, em 2002, em uma campanha de grande mobilização nacional, sob a égide do líder sindical capaz de provocar o deslanchar do tão esperado crescimento econômico.

Quase conclusos dois mandatos do seu governo, assiste-se a repetição da velha fórmula, herdada de F.H.C: austeridade econômica e políticas sociais assistencialistas. Crescendo a ínfimas taxas de 3,0 % em media ao ano, o produto interno bruto do país é incapaz de gerar riquezas suficientes para um combate efetivo à pobreza , o que justifica assim o aumento de verbas destinadas ao programa compensatório de renda, do Bolsa Família.

Tal quadro de baixo desempenho econômico é ainda mais agravado pela crise econômica mundial desencadeada pelo colapso dos mercados financeiros, em setembro  de 2008, que provoca queda na bolsa de valores e recessão pelo mundo inteiro. Em uma economia como a nossa, inserida no contexto do capital financeiro , não se poderia esperar outros efeitos, senão o acirramento de um cenário de crise, dado a queda de 0,8 % nos resultados do desempenho do P.I.B no 1 º trimestre de 2009, em relação ao período anterior. 

Nessa conjuntura nada favorável de desempenho econômico mundial, a comemoração dos 15 anos de estabilidade da moeda nacional surge como um alento nada consolador. Haveria perspectivas futuras para uma economia atrelada aos ditames das riquezas artificiais geradas pelos capitais especulativos? Contraditório desafio que dificilmente os governos seguintes conseguirão solucionar.      
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