Ora, a maconha é a porta de entrada de experimentação para o usuário se transportar para outras drogas. Recentemente, o Rio Grande do Sul foi abalado com a notícia patética de uma mãe que matou com tiro de espingarda o seu próprio filho, usuário de crack, num bairro de classe média alta de Porto Alegre. Esse jovem assassinado, com certeza, não se iniciou pelo crack, mas pela maconha.
Alguns falam que a proibição leva à curiosidade e ao desafio de conhecer ou experimentar alguma droga. Mas não devemos transigir, pois a sua liberação pode levar muita gente ao flagelo. E é justamente o excesso de tolerância ao descumprimento de regras que tem contribuído para muitas pessoas, e principalmente jovens, entrarem no vício perigoso das drogas.
Considero uma grande irresponsabilidade de alguém que governou o País por oito anos, não cumpriu os objetivos de arrecadação da CPMF para a saúde e deixou o SUS falido, vir dizer que cabe às famílias e aos governos a obrigação de cuidar de seus doentes. "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!". Se FHC, no seu governo, tivesse implementado políticas públicas contínuas de combate aos narcotraficantes, a situação brasileira hoje seria outra e não teríamos tantos doentes derivados das drogas químicas. Mas não deixa de ser uma declaração corajosa, embora irresponsável.
Em que país de expressão territorial a liberação do uso da maconha produziu resultado positivo? A Holanda, um pedaço de terra, não consta que tenha solucionado de vez o problema. E por outro lado, imagine você – com a liberação do uso da maconha - passeando ou se exercitando nos parque e ruas sendo obrigado a conviver com baforadas de fumaça de maconha, de cheiro acre e morrinhento insuportáveis, se já não bastasse a fumaça do cigarro comum de tabaco?!
A maconha não pode ser liberada. Se hoje existem tantos jovens apatetados, desmotivados, introspectivos, taciturnos, revoltados e esquizofrênicos por causa de drogas como a maconha, por que essa tentativa ensandecida de se pretender liberar o uso da maconha? Temos que combater e vencer qualquer droga, e não jogar a toalha como expressão de derrota.
Julio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC