Enquanto estamos continuando nossa caminhada, os piauienses passam por uma das maiores tragédias que alguém pode sofrer, não tendo onde morar e vendo seus filhos, mulheres, maridos, parentes, amigos e eles mesmos morrerem sem que se possa fazer absolutamente nada.
Com as chuvas intensas o rompimento da barragem localizada na margem do Rio Pirangi cedeu, os moradores da região estão numa situação catastrófica e todos os anos nos perguntamos por que milhares de vidas são trucidadas sem que haja uma prevenção nas fortes chuvas que acometem vários estados brasileiros.
Nossos conterrâneos estão sofrendo e morrendo nesse desastre de proporções incríveis e uma carta da moradora da região Lurdinha Nunes é um grito de dor e desesperança.
Isso sem falar nos noticiários que assistimos na mídia e tantas vezes isso acontece, todos os anos e em vários lugares desse nosso Brasil que não compreendemos porque não se providencia uma prevenção durante o período anterior às chuvas.
Vida é o primordial, único verdadeiro bem que possuímos e nesse momento precisamos nos dar as mãos mas principalmente pedir às autoridades que se sensibilizem nesse momento tão difícil.
Vemos notícias de tanta atrocidade, indiferença, dor e parece que nossos olhos se acostumaram a essa devastação.Não podemos deixar que isso aconteça. Seria a pior coisa ocorrida no amor universal que deveria unir o mundo globalizado.
Nesse momento os moradores da região estão em abrigos, recebendo embora precariamente alimentos e roupas mas, e depois?
Costumamos esquecer um acontecimento, pela presença de outras notícias ou desastres e o que acontecerá a essa região pobre que tiveram suas casinhas tão atrozmente derrubadas? O que será quando o véu malicioso do esquecimento toldar nossa memórias?
Enquanto nos aborrecemos por fatos tão pequenos e pueris esse povo sofre por falta de comida, pela morte de seus parentes e a dor é tão grande que não acredito que eles possam um dia se recuperar desse trauma estarrecedor. Claro que se levantarão porque são valentes e persistentes mas essa cena algum dia se apagará de seus olhos?
Não podemos mais assistir inertes desastres ou qualquer outro fato que deveria nos causar indignação, temos que lutar, gritar, exigir às autoridades que evitem ou pelo menos amenizem calamidades como essa ao nosso povo já tão sofrido com uma manutenção ou providências iminentes.
Catástrofes como essa acontecem como já disse várias vezes todos os anos e não é possível que continuemos a assisti-las como se fosse um filme de suspense enquanto o povo brasileiro morre deixando tudo atrás de si e uma estrada interrompida pela fatalidade de acidentes desesperadores.
Piauí está chorando lágrimas de amargura e impotência depois de passar estertores de pobreza e miséria e precisamos pelo menos nos revoltar com as atrocidades que os subjugam levando-os à destruição e lutar realmente por uma causa necessária, urgente, justa que é também a nossa causa, seres humanos como eles e que sofremos a dor de vê-los numa situação acerba e cruel.
Vânia Moreira Diniz