Estava no mar, avistou lá longe uma onda que se aproximava dela. Era pequenina estava só nascendo. O medo veio sem ser convidado e mal chegou foi enchendo a bola da onda. Toda cheia de si, foi crescendo, crescendo. O tempo severo disse-lhe sem tirar nem pôr. "Decida: ou fura a onda, ou ela te devora". Não tinha a mamata de parar e pensar na morte da bezerra, nas dores da vida, no que deixou de fazer, no que sempre sonhou e não realizou, no que tinha virado. Ali foi um, dois, três e já! Seu pai deu-lhe um caldo e "glub", pronto: fechou os olhos, furou a onda e finalmente enxergou a verdade verdadeira: a onda só virou gigante quando o medo encheu a bola dela. Saudade de furar uma onda...