Os campeonatos estaduais marcam o pontapé inicial de todos os anos.
Alguns torneios são recheados de charme. Outros têm a marca da
rivalidade escrita com anos e anos de violência de torcidas
desorganizadas. Todo ano é o mesmo papo! Os estaduais valem à pena? São
úteis? Não seria melhor acabar com todos e esticar o calendário
nacional?
Teorias que fazem sentido e devem ser mais bem exploradas. Entretanto, nenhuma seria forte suficiente para explicar o desemprego que poderia assolar o meio esportivo sem a continuidade dos torneios estaduais. Há quem diga que são poucos meses e que os estaduais não resolvem o problema de ninguém. Podem até não resolver o problema, no entanto, para o jogador e para a família dele é melhor trabalhar quatro ou cinco meses que não trabalhar mês nenhum. Outro ponto importante é que o futebol é social. Cansei de viajar pelo interior de Minas e até derramei algumas lágrimas quando consegui compreender o que representa a marca FUTEBOL BRASILEIRO. Senhores de idade avançada agitando a torcida. Crianças de colo de mãos dadas com as mães e pais fazendo o programa de domingo. Pais e filhos se abraçando e reencontrando o prazer de estar junto. Quando o elenco de um Flamengo, um São Paulo, Inter, Atlético, Cruzeiro, Bahia, Santos, ou sei lá quem, chega num rincão do país a economia local muda. A vida social muda, a missa muda, o olhar muda e até o mundo pode mudar. Sei que a qualidade técnica é apenas razoável, sei de todo o discurso, contudo, me rendo ao princípio básico de que futebol é social.