I HAVE DREAM – EU TENHO UM SONHO

Complicado o processo eleitoral americano e tecnicamente muito atrasado o sistema de votação se comparado ao nosso, mas sua campanha política é bem mais envolvente, transparente e espetacular do que a brasileira. Lá, o puritanismo religioso influenciado pela doutrina calvinista assentada na disciplina, na vida regrada, afastada dos vícios e que via o trabalho e o lucro como virtudes afinadas com o divino, ainda está bem entranhado na tradição social. Assim como a liberdade, sacralizada sob inspiração da reforma luterana do “livre exame”, dá àquele país, com toda a hipocrisia dos tempos atuais e o racismo ainda resistente em alguns estados, a liderança mundial em todos os aspectos da vida. Há que se reconher isso, sua democracia funciona melhor.
E lá, não dá para pensar em partidos políticos e justiça eleitoral aceitando candidaturas, por exemplo, de Maluf, Jerominho, Carminha Jerominho, Álvaro Lins, Collor de Mello, Renan Calheiros e muitos outros notórios currículos que envergonham a política nacional. Mas se lá os negros vêem agora uma parte do sonho do reverendo protestante Martin Luther King se realizar com a eleição de Barack Hussein Obama, aqui nossa trôpega democracia já deu também sinal de mudança com a eleição de um pobre retirante nordestino, metalúrgico, de voz rascante, sem atração física (chamado por Brizola de sapo barbudo) e nenhum diploma universitário, para raiva dissimulada dos maquiavélicos conservadores de direita.
Bush, como o incendiário Nero da antiga Roma, só fez mal ao mundo com sua política hegemônica, que a pretexto de combater o terrorismo e defender a democracia montou uma farsa,  repetindo muitas vezes na imprensa, ao estilo do nazista Goelbs, que o Iraque era um perigo à paz mundial com seu arsenal de armas de destruição em massa. Por isso enriqueceu sua indústria bélica despejando toneladas de bombas sobre um sofrido povo tutelado pela sanguinária ditadura de Saddam Hussein.
Com Obama na Casa Branca dá para acreditar que o diálogo entre as nações será restabelecido e que o princípio da autodeterminação dos povos vai entrar na pauta política externa americana. Que a Cuba de Fidel, num futuro talvez não muito longe, terá espaço no mercado e que na base militar de Guantánamo não haverá mais torturas, que seus muros, como o de Berlim, poderão ser derrubados e, quem sabe, seu domínio devolvido à Cuba.

EM TEMPO


ESPERANÇA NO PRÉ-SAL: Como as variações na bolsa, a euforia com a ainda incerta extensão e profundidade de óleo na camada pré-sal leva algumas autoridades a especular com valores cada vez mais altos. A primeira avaliação a Petrobras presumia entre cinco e oito bilhões de barris, depois a ANP subiu para 20 e agora já fala algo em torno de 50, podendo chegar a 100 bilhões, colocando o Brasil entre os países de maior reserva. Se é para acalmar o mercado nervoso e animar especuladores, neste momento de crise, não sabemos, mas as ações da Petrobras subiram.

PRÉ-SAL: Tais avaliações têm fundamento, porque a medição da profunidade da reserva já atingiu a 280 m e não chegou ainda ao fundo. Para se ter uma noção do que isso significa, basta dizer que o óleo da Bacia de Campos fica concentrado em poço com profundidade entre 10 e 40 m.

DIZIAM OS ANTIGOS: Reino que se divide não subsiste. Mas parece que os três pilares que sustentam nossa trôpega democracia não se dão conta disso. Estão brigando entre si por causa do conhecido corrupto Daniel Dantas, que aprofundou seu aprendizado em clássicos golpes de colarinho branco no governo FHC, em lavagem de dinheiro e crimes financeiros.

DIZIAM OS ANTIGOS II: E lamentavelmente é da mais alta corte que, talvez por excesso de autoridade, certa dose de soberba, vaidade ou atitude voluntariosa, o espírito de harmonia e de independência entre as instituição está perigosamente entrando em processo de desagregação, e isso publicamente exposto. O ministro  Gilmar Mendes (STF), de forma inusitada, concede liminar liberando Daniel Dantas da prisão, desautorizando o juiz federal Fausto de Sanctis e pondo em dúvida excelente trabalho da Polícia Federal. Depois, com apoio dos demais ministros, impedindo a PF de colocar algemas em bandidos exaustivamente investigados e com provas cabais de envolvimento em falcatruas. Agora, além de mandar investigar a vida de juizes de primeira instância a pedido do ministro Peluso, invertendo a ordem de valores, orienta juizes a não mais citarem nos processos o nome das operações da PF,  boicotando a genial criatividade dos homens da lei. Só que com a discordância dos sensatos ministros Carlos Ayres Britto, Marco Aurélio Mello e Carmen Lúcia. 

SONHO ADIADO: O sonho do jovem Aluízio Jr. foi de ser médico para salvar muitas vidas. E isso foi uma maravilha para seus conterrâneos. E como salvar vidas tem uma ampla dimensão social, ele viu que a política é um potente motor para gerar muitas mudanças no meio social. Por isso, num  perigoso e viciado ambiente político como o nosso, embora com certa dose de preocupação no princípio, resolveu assumir o desafio de enfrentar a dúvida, de conhecer no calor da panela a real extensão de sua aceitação popular.
Feliz com a espetacular reação eleitoral, Dr. Aluízio está aí com outdoors dizendo que “O sonho da mudança foi apenas adiado”.

AGORA SIM:  No canal que separa os bairros Visconde e Miramar do centro muitos pescadores como Arenari, Alan Birosca, Armandinho Solon, Bebeto Bacelar, Baec e outros iam pegar piabas, excelente isca para a pesca de robalo que abundava em nosso rio, em pontos bastante freqüentados como a murada da Rua da Praia e as pedras da Pororoca.
A cidade cresceu, ocupada por empresas poluentes e casas, e o canal aberto pelos antigos para acabar com os alagamentos e o impaludismo, acabou se transformando numa cloaca a céu aberto. O ex-prefeito teve doze anos para resolver o problema do transbordamento das águas da chuvas. Seu secretário de Obras José Augusto adquiriu e instalou um dispendioso sistema no Botafogo para puxar rapidamente a água, mas de nada adiantou, por causa das pequenas manilhas em várias passagens de nível. Agora, o prefeito Riverton está retirando essas manilhas com uma solução em definitivo.

OS HERÓIS: Visto pelos conservadores como o mais experiente e profundo conhecedor de política externa por ser considerado um grande patriota herói de guerra, McCain já vinha pondo as unhas de fora em campanha, ao propor a exclusão da Rússia do G-20.
Como piloto de um poderoso caça, despejava toneladas de bombas sobre pobres vilas de vietnamitas. Derrubado e preso, não foi fuzilado. Treinados nas mais famosas academias e dispondo do que havia de mais sofisticado em tecnologia bélica,  mesmo assim foram sairam do Vietnam com o rabo entre as pernas, derrotados por vietcongs de roupas esfarrapadas, enfiados em buracos, sob o comando do genial Giap.

OS HERÓIS: Foram Nelson Mandela, enfrentando o violento racismo dos brancos, a tortura e 28 anos de prisão, para finalmente ser o primeiro presidente negro da África do Sul; herói foi Mahatma Ghandi, que libertou seu país do violento domínio inglês apenas com a força de seu espírito, a firmeza de seu caráter e de sua pregação pela não violência; herói foram os negros mortos pela Ku Klux Kan como em fogueiras da inquisição; heróico foi o discurso do pastor protestante Martin Luther King com seu sonho de que “um dia os negros americanos seriam julgados pelo seu caráter e não pela cor de sua pele.

O VELHO DISCURSO: Apesar de mostrar de mostrar agilidade em adotar medidas para salvar bancos, empresas, indústria e ainda liberar recursos para garantir a futura safra agrícola, a oposição, sem nada consistente para reclamar, critica o governo Lula pelos gastos. O mesmo aconteceu com Roosevelt em 1933, quando estabeleu o New Deal e lançou seu plano de obras públicas, crioando muitos empregos. Seus opositores protestaram contra o crescimento do gasto público. Aqui, eles não querem que o governo abra vagas de trabalho para o funcionamento de dezenas de escolas técnicas e  Senai em construção.
Não elogiam o governo pelo 1,9 milhão de empregos criados com carteira assinada em apenas nove meses deste ano, enquanto FHC só conseguiu 1,8 milhão em seus oito anos.

OS AFOITOS: A economista Conceição Tavares chamou de “malandros” os exportadores que especularam com o dólar na expectativa da valorização do real. Lula chegou a culpá-los pelas dificuldades que o país atravessa, acusando-os de entrar na “jogatina” para ganhar ainda mais no mercado de derivativos (contratos futuros), mas deram com os burros n`água. É a ganância do mercado-livre que o capitalismo estimula, porque capitalista e especulador não têem pátria.  

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