O Brasil do século 21, em especial no período compreendido entre1823 e 1889, foi dos mais brilhantes de nossa história.
O jovem Ireneo Evangelista de Sousa, nascido em São Pedro do Arroio grande, em 27 de Dezembro de 1813, era neto do capitão-mor joão d´Ávila(1719-1822), centenária figura que veio de Portugal em 1750 para lutar em defesa da Colônia de Sacramento no Uruguai contra os invasores espanhóis e fixou sua família em terras suas no Rio Grande do Sul em 1759, dando origem ás famílias d´Ávila e Sousa.
Tendo seu pai João Evangelista de Souza, em 1819, sido assassinado por salteadores uruguaios que roubavam seu gado, e sua mãe, Dona Mariana d´Ávila e Souza, contraído logo segundas núpcias, o jovem Irineo foi encaminhado para trabalhar na corte do Rio de Janeiro, aos nove anos de idade, na casa Comercial de joão Rodrigues Pereira d´Almeida, comerciante português instalado na Rua Direita , número 155, matriculado na Praça do Comércio da cidade do Rio de Janeiro como importador de vinhos, tecidos do Sr.Pereira d´Almeida. Nesta época muitos comerciantes ingleses começaram criminosamente a sabotar e incendiar os negócios de vários portugueses e brasileiros, como forma de dominação do mercado nacional.
Logo a falência da Casa Pereira d´Almeida era decretada , sendo absorvida pela Casa escocesa Carrunthers & companhia ., istalada na Rua Direita , número 84, e o jovem e promissor Irineo , integrado á nova instituição como sócio. Nesta época , realiza sua primeira viagem á Inglaterra , onde visita vários estabelicimentos industriais de base e passa a cultivar a idéia de criar no Brasil um parque industrial tão poderoso quanto o dos ingleses.Logo ao chegar ao Brasil , compra um estabelecimento de fundição modesto da Ponta d´Áreia em Nictheroy eo remodela com grande estru- tura , transformando-o em Estaleiro e Fundição da Ponta d´Áreia , em 1846. Desta estrutura, surgiram outras companhias. Em 1848, a autorização para o encanamento dos Rios Maracanã e Andarahy e para a exploração de ouro ,gás e petróleo, respectivamente , no Maranhão , Minas Gerais , Bahia e em Macaé, no Rio de Janeiro ; 1851, com o dinheiro de vários acionistas, que era destinado ao tráfico de escravos , proibido em 1850, com a lei Euzébio de Queiroz , cria o novo Banco do Brasil ,(segundo deste nome), depois as companhias de Gás do Rio de Janeiro , em 1851; a Imperial companhia de navegação a vapor e estrada de ferro de Petrópolis ,dita estrada de ferro Mauá, em 1852; e a Companhia de Carris de Ferro da Boa Vista a Tijuca, em 1856; as primeiras da América Latina, tranformando a Corte do Império do Brasil e suas Províncias , estendendo seus longos braços até o Uruguai( com as Companhias de Gaz e Fierro Carriles de Montevideo, em 1852, e Companhia Carris de Ferro de Lisboa em 1871).
No âmbito político,suas intenções sempre foram pensando na grandeza e unificação do Império do Brasil. Ainda em 1839, colocava-se contra a Revolução Farropilha , ajudando porém os conterrâneos gaúchos na corte (e mandando navios abarrotados de mantimentos de comida para a popu- lação carente que sofria com a guerra), no intuito de pacificar o Rio Grande do Sul. Foi atuante no golpe da maioridade , em 1840, que deu poderes para governar ao jovem D. Pedro ll, então com 15 anos imcompletos. Em 1857 , foi a mão incógnita e financeira contra o ditador Rosas, Auxiliando o Ministro uruguaio Don Andrés Lamas e o Uruguai contra a Política expansionista Argentina.
Nedehf, Eduardo André Chaves, Marquês de Viana.
Memorial Visconde de Mauá: arquivo e memória/
Eduardo André Chaves Nedehf, Marquês de Viana .
Fortaleza: Universidade de Fortaleza, 2006.
299p.: il.
ISBN 85-98876-20-8
1. Memorial Visconde de Mauá- Acervo.I. Título.