Cuidado! Aqueles que não gostam do futebol
ofensivo, muito cuidado! Eles estão voltando. Para os zagueiros e
goleiros a recomendação é: troquem de profissão! É verdade que eles não
têm a mesma esperteza ou o antigo jeito moleque, no entanto, todo
cuidado é pouco! Sem a antiga habilidade, eles compensam com incrível
versatilidade e muita força física. São mais “operários” que os antigos
e parecem teleguiados, cegos, obstinados - os novos pontas cumprem o
combinado e são a “novidade” dos dias atuais. Não agem como Budai e
Czibor, da maravilhosa Hungria. Passam longe de Juninho Botelho. Nem
vou citar Garrincha para não parecer um herege. O agravante é que os
atuais pontas estão disfarçados de meias, laterais ou alas e atacantes.
Usam a tal “ocupação de espaço” e às vezes nem percebemos, entretanto,
são pontas!
Observe a Inter de Milão. Mancini abre o jogo de um lado e o português Quaresma abre do outro lado. Tudo em alta velocidade e objetividade. Os dois se posicionam como velocistas de 100 metros e tentam servir Ibrahimovic. Acham que é um caso isolado? Engano! É tudo muito bem disfarçado. Messi é jogador de meio? Só? Messi é mais um que se disfarça e sai da ponta para o meio em alta velocidade. A grande diferença é que ele nem sempre toca para o atacante de área, que pode ser o Eto’o, ele mesmo resolve. No jogo da Liga dos Campeões, o PSV foi vítima do ataque com pontas abertos. O Liverpool foi ousado e abriu Riera pela esquerda e Kuyt pela direita. Sim! Dois pontas abertos como antigamente? Será? Foi um fácil 3 a 1. Ainda na Inglaterra, o Manchester United engana muita gente, porém, observe com atenção. Berbatov fica na frente, é o homem de área. Rooney vem pelo meio e Tevez busca espaço pelos lados, Nani também faz o mesmo e até o ótimo Cristiano Ronaldo vem de fora para dentro.
A Europa, aos poucos, acordou para o ataque. As principais equipes fazem muitos gols. Os jogos decisivos não terminam mais em 0 a 0. Eles têm jogado com ponta, ainda que com disfarces. Observe!