Como as pessoas aprendem? – a experiência, a vivência e o sentido.

É uma pergunta muito instigante, mas também muito problematizadora. Então, me ponho a refletir sobre seus significados e implicações dentro do contexto escolar e em especial dentro do sistema público de ensino deste país, onde são formados 90% dos cidadãos brasileiros.
Existe um teórico francês chamado Philippe Meirieu (1998), que escreve sobre as questões relacionadas à sala de aula, ao ensino, a aprendizagem, enfim, sobre a escola de forma geral. Em seu livro, Aprender...Sim, mas como?, o autor estabelece uma relação entre a aprendizagem e suas implicações em sala de aula, com vistas a elaboração de uma prática pedagógica, mais crítica e reflexiva. Em minha perspectiva, as pessoas aprendem através de diferentes formas, em contextos singulares e especificas, mais de alguma forma objetivamos compreender estas ações através de um olhar pedagógico. Logo, aprendemos pela experiência, que se dá na concretude de ações, por exemplo, aprendemos fórmulas com um experimento, como um quefazer freiriano. Entretanto, negando minha própria idéia como aprendemos então sem experimentar? Entro aqui, em um segundo tópico, aprende-se com vivências.
Vivenciar uma questão ou problema pode ser a chave, para aprender com abstrações que são importantes para nós. Vivenciar é fazer parte de algo, aqui ainda não definido... Vivência tem haver com emoção, afetividade, algumas vezes, dor, mais, sobretudo, reflexão.
Por fim, entro em um terceiro tópico, aprendemos pelos significados e significantes que demos as coisas. Nesta perspectiva acredita-se que aprendemos através dos conceitos e das ações que permeiam nosso cotidiano, mas que são imbricados em uma forma de fazer que tenha sentido ao sujeito da aprendizagem. Aprendemos pelos exemplos de nossos responsáveis, nossos mestres, amigos e familiares. A mensagem é construída pela relação, ou melhor, pelo diálogo.
Dentro desta análise posso dizer que aprendemos não de uma única maneira, mas de várias formas. Acredito que a experiência, a vivência e o sentido formam um tripé que se coadunam, fomentando assim, um caminho para o que denominamos de Como aprender.
Terminando aqui minha reflexão, indico, que quando nos questionamos como aprendemos implicitamente também nos perguntamos: Porque se aprende? Onde se aprende? O que se aprende? São perguntas que perpassam a instituição escolar, mas que vai além dela, chegando aos espaços não formais de ensinar e aprender. A aprendizagem requer uma constante busca da vocação ontológica que nós seres humanos temos em ser mais.

Referência:
MEIRIEU, Philippe. Aprender...sim, mas como? Editora: Artmed, 1998.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 218 p., (25 ed., 2005).


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