Educação na atualidade: perspectivas e desafios

Com o advento da formação do Estado Nacional Brasileiro Republicano, foi engendrado nas diversas intuições  nacionais o ideal de um Estado homogêneo capaz de abarcar e controlar dentro de si todas as heterogeneidades sociais e culturais possíveis. Tal espaço é concretizado dentro do âmbito educacional, ou seja, na escola pública. Pois, é esta que segundo Connell (1997) corporifica o poder do Estado. É inserida em um contexto social que a escola servirá nas afirmações das desigualdades existentes dentro da sociedade. A reforma educacional ao longo deste período também vem avigorando através de políticas  públicas para educação um determinado lugar para as diferentes culturas que permeiam o espaço intra-escolar. Atualmente vivemos em um momento que a educação enfrenta crises relacionadas às questões sociais, culturais, políticas e éticas. Neste ínterim, no município do Rio de Janeiro, debatemos sobre o processo de ensino-aprendizagem que ocorre nos ciclos de formação e de sua caracterização como uma política de enfrentamento ao fracasso escolar. Estas questões nos levam a problematizar os fenômenos da reprovação, repetência, evasão e qualidade do ensino. Estes questionamentos nos fazem perspectivar nosso olhar sobre  a inclusão/exclusão de alunos e alunas do sistema regular de ensino e nos perguntar:  Que sociedade queremos  construir? Ou que sociedade estamos construindo? Que educação valorizamos?
Acreditamos que a educação está interligada com as nossas experiências cotidianas. Educar é um processo que está ligado as relações sociais de diferentes grupos em sociedade. Entretanto, ressaltamos aqui uma relação, em que isto ocorra, através de uma percepção de educar para transformação, ou seja, “mudança de percepção, que se dá na problematização de uma realidade concreta, no entrechoque de suas contradições, implica um novo enfrentamento do homem com sua realidade” (FREIRE, 2001, p.60). Está é a educação que se deve priorizar, e que professores e professoras, alunos e alunas, funcionários, pais e mães, lutam no dia a dia das escolas públicas deste país, em especial desta cidade. Uma educação que seja transformadora da sociedade, formando cidadãos autônomos e críticos, com saberes e fazeres de real interesse de seus sujeitos, contribuindo desta forma para um espaço social mais justo e menos desigual.


Referências:
CONNELL, R.W. Pobreza e educação. In: Pedagogia da Exclusão: critica ao neoliberalismo em educação. GETILI, P. (ORG), Petrópolis, RJ/Editora Vozes, 3ª edição, 1997.

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 4ed. São Paulo: Cortez, 2000.


 Luis Paulo C. Borges, mora na cidade do Rio de Janeiro, é Pedagogo formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), membro do Núcleo de Etnografia em Educação (NetEDU) e Apoio Técnico do Grupo de Estudos sobre Formação Docente (GEProf.) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Desenvolve trabalhos na área de educação atuando, principalmente, com os seguintes temas: desigualdade educacional, exclusão/inclusão, ensino-aprendizagem, fracasso escolar e formação docente.
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